25.3.03
O NOVO VIGOR DO VELHO CONTINENTE
O basquete europeu prova sua força na NBA,
representado por jogadores como Stojakovic
Definitivamente, a NBA voltou sua atenção para o outro lado do oceano Atlântico. Exemplos não faltam. Desde já, o iugoslavo Darko Milicic agita os bastidores do próximo draft. O Dallas Mavericks, em pleno andamento da temporada, alardeou aos quatro ventos a contratação do francês Antoine Rigaudeau (que acabou se revelando um vexame, é verdade). O também francês Tony Parker virou ídolo em San Antonio e o mesmo aconteceu em Memphis com o espanhol Pau Gasol. Tanta movimentação demonstra que a Europa, mais do que nunca, está inserida no circuito do basquete americano.
Todos os citados ainda podem brilhar intensamente na liga. Alguns têm mais chances (como Parker), outros têm menos (como Rigaudeau). Apenas dois europeus, no entanto, repousam tranqüilos na primeira classe da NBA: Dirk Nowitzki e Peja Stojakovic. Essa dupla não precisa provar mais nada. Ambos estão longe da genialidade mas, a cada noite, revelam-se fontes inesgotáveis de eficiência.
Sobre o alemão do Dallas, muito já foi dito. Sabemos que ele não é um Kevin Garnett ou um Tim Duncan, mas salta aos olhos sua capacidade de comandar a melhor equipe do campeonato (pelo menos é isso que diz a numeralha traiçoeira). Nowitzki nunca esteve tão bem em pontos, rebotes, assistências, aproveitamento de arremessos e precisão nos lances livres. Pode até ser que o playoff transforme o ala agressivo num gigante medroso, mas até lá convém manter o respeito.
Elevar Stojakovic ao mesmo nível de Nowitzki (ou quase isso) significa superar uma certa implicância que sempre tive em relação ao jogador. Desde sua estréia, em 1998, ele não havia me convencido. Mas 2003 me fez ceder, e não só pela presença no All-Star Game (injusta, talvez) ou pelo prêmio de melhor atleta desta semana. Hoje, o iugoslavo é um modelo de consistência no Sacramento Kings, capaz de decidir partidas e se destacar mesmo rodeado de astros como Chris Webber e Mike Bibby.
Enquanto Dirk e Peja estiverem em forma, a Europa tem seu lugar garantido na NBA. O que vier pela frente, com Parker, Gasol ou Milicic, conta como lucro.
(Foto - Rocky Widner/NBAE)
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