6.3.03
O RISCO DO ADEUS DUPLO
A aposentadoria de Malone e Stockton tira
o sono de torcedores e dirigentes em Utah
Na terça-feira, o Utah Jazz promoveu uma grande festa para inaugurar seu novíssimo centro de treinamento em Salt Lake City. Construído com o que há de mais moderno em tecnologia, o local deixou os jogadores de boca aberta. No entanto, os dois maiores astros da equipe têm quatro meses para a aproveitar o cheiro de novo das quadras. Daí em diante, ninguém sabe.
John Stockton e Karl Malone ainda não decidiram o que farão ao fim desta temporada. Ambos ganham passe livre no dia 1º de julho e cogitam seriamente a aposentadoria. Na inauguração do centro, o assunto voltou à tona. Mas os atletas continuaram em silêncio. Restou à imprensa pressionar o dono do time, Larry Miller. “As pessoas me perguntam diariamente sobre o futuro da dupla, mas eles não dão o menor sinal”, disse o manda-chuva. “Queremos muito que continuem aqui, mas não vamos forçá-los a nada.”
Stockton é o rei da discrição, não solta uma palavra sequer. Miller desconfia que ele já tomou sua decisão e aguarda a hora certa de anunciá-la. Daqui a três semanas, o armador completa 41 anos. Nem parece. Apesar da idade, continua liderando a NBA na média de assistências. Malone, aos 39, apresenta desempenho semelhante. Apesar da ajuda de Matt Harpring e Andrei Kirilenko, é ele quem lidera o Jazz rumo a mais um playoff.
Justamente no ano em que voltou a mostrar capacidade de brigar pelo título, a equipe deu um tremendo azar. Na sexta posição do Oeste, tem à sua frente cinco candidatos fortíssimos (Dallas, San Antonio, Sacramento, Portland e Minnesota). Como se não bastasse o esforço ingrato de perseguir essa gente, o Utah ainda precisa cuidar para não ser atropelado por quem vem atrás. Lakers e Rockets não estão para brincadeira e outros adversários, como Warriors e Sonics, vêm escalando a tabela enfurecidos.
A eliminação na próxima fase pode ser o empurrão que faltava para os astros pendurarem o tênis. No caso de Malone, ainda há uma esperança: o ala foi convidado para disputar a Olimpíada de Atenas, em 2004. Se aceitar o chamado para jogar na Grécia, provavelmente vai ficar na NBA por mais um ano. O problema é que a permanência pode ser longe de Salt Lake.
A diretoria dificilmente vai oferecer um salário compatível com o atual. Deve pesar ainda um outro fator: a eterna busca pelo título. Há alguns meses, comentou-se que Malone poderia se transferir para New Orleans (que já abrigou o Jazz e hoje é a casa dos Hornets). Ao lado de Jamal Mashburn, ele teria uma chance real de erguer o troféu pela primeira vez.
A mudança abriria espaço na folha de pagamento do Utah para um punhado de contratações ao fim do campeonato. A torcida espera que o dinheiro seja bem empregado. Estão todos apavorados com o risco de seguir o triste caminho do Chicago Bulls após a despedida de Michael Jordan.
(Foto - NBAE)
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