16.5.03
A CRUEZA DE VAH-RAY-ZHOWN
Anderson decepcionou os olheiros americanos
que caçam talentos para o draft 2003 da NBA
Que Nenê Hilario abriu as portas para os brasileiros na NBA, ninguém duvida. Em sua temporada de estréia, o ala-pivô do Denver Nuggets não chegou a ser brilhante, mas mostrou personalidade e impressionou técnicos e jornalistas. A questão agora é saber quanta gente vai conseguir cruzar essas portas. Ao que parece, não será nada fácil. Acaba de cair um balde de água fria sobre os cabelos rebeldes do primeiro candidato.
Cotado até pouco tempo atrás para ficar entre as dez primeiras escolhas do draft 2003, Anderson Varejão pode ver essa posição despencar de uma hora para a outra.
Pelo menos dez olheiros norte-americanos acabam de voltar da Espanha, onde acompanharam de perto o quadrangular final da Euroliga. A expectativa era confirmar o que se comentava sobre o brasileiro: um ala que une bom porte físico e habilidade embaixo da cesta. A decepção foi total.
Varejão marcou apenas um ponto na vitória do Barcelona sobre o Benetton Treviso, e nem o título foi capaz de aliviar as críticas. “Ele está tão cru que não dá nem para saber qual é sua posição em quadra”, disse um dos olheiros, considerando o brasileiro um péssimo arremessador com fraco posicionamento. “Será que não existem oito garotos na NCAA que consigam pegar rebotes e dar tocos tão bem quanto ele?”, perguntou outro observador.
A análise foi tema de uma reportagem publicada ontem pelo site da revista Sports Illustrated, com direito a foto e aula de pronúncia para o sobrenome: Vah-Ray-Zhown, recomendam os gringos. Talvez seja um exagero julgar o trabalho de um ano inteiro por apenas uma partida, mas a verdade é que Anderson já vinha perdendo prestígio nos últimos meses, enquanto o armador Leandrinho, do Bauru, subia na cotação americana.
A onda de pessimismo se estendeu a outros europeus, como o polonês Maciej Lampe, o francês Mickaël Pietrus e o grego Sofoklis Schortsianitis. À exceção do fenômeno sérvio Darko Milicic, os jogadores que disputam campeonatos no Velho Continente devem ficar longe das primeiras posições do draft.
Alguns deles (inclusive Varejão) podem ser escolhidos por equipes com planos de longo prazo. A saída seria selecionar o atleta e deixá-lo amadurecer na Europa por mais dois ou três anos, como o San Antonio Spurs fez com Manu Ginobili. Resta esperar para ver.
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Voltando aos playoffs, não deu outra. Fisher e George foram mal, o Los Angeles perdeu. Como Kobe também foi mal, o Los Angeles não só perdeu mas levou uma sova e se despediu do campeonato. Triste fim de uma dinastia. Podem mandar chamar o Karl Malone.
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Com apenas três jogadores no banco de reservas (sendo que um deles, Keon Clark, atuou apenas sete minutos), o Sacramento Kings confiou no trabalho de conjunto, bateu o Dallas e empatou a série. Que os deuses do basquete conspirem para que a ESPN transmita este bendito jogo 7 no sábado.
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(Foto - SI)
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