30.5.03



QUE SÍNDROME? QUE PÂNICO?




Com a cabeça em dia, o San Antonio de Manu Ginobili
despachou o Dallas e se classificou para a grande final




Que o basquete não é uma ciência exata, todo mundo já sabe. Mas essa turma que ingressou nos playoffs da NBA parece disposta a subverter a lógica compulsivamente, tomando emprestado do futebol o surrado clichê da caixinha de surpresas. Quando o rumo natural das coisas apontava para uma vitória do Dallas, o San Antonio surpreendeu um vasto naipe de analistas fazendo justamente aquilo que menos sabe fazer: atingir o auge no último quarto.

Colapso? Pânico? Descontrole? Desta vez, tudo isso ficou reservado aos Mavericks. Do baixinho Nick Van Exel ao grandalhão Raef LaFrentz, o time inteiro se desplugou da tomada. Resultado: a liderança, que chegou a 15 pontos, evaporou. Os Spurs fizeram 34-9 nos últimos 12 minutos e carimbaram o passaporte para a grande final contra o New Jersey.

Tony Parker, que saudável já vinha rateando, sucumbiu às dores no estômago. Plano B, por favor. Speedy Claxton fez jus ao nome, imprimiu correria, mas não conseguiu ordenar o ataque, que penava com a apatia de Tim Duncan. Plano C, por favor. Steve Kerr esqueceu que a carteira de identidade lhe confere 37 anos e entrou em quadra com o vigor de um calouro. Disparou quatro rajadas letais da linha de três e enfiou o jogo no bolso. Não foi preciso plano D.

Parece mentira, mas o San Antonio marcou 23 pontos seguidos no período final. Foi nessa reta decisiva que Manu Ginobili anotou 9 de seus 11. Bem antes dos golpes derradeiros, diga-se a bem da verdade, Stephen Jackson já havia feito o trabalho sujo, acertando bolas importantes e evitando que o Dallas fechasse a tampa do caixão.

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Em noite infeliz, Michael Finley marcou 13 pontos. Steve Nash acrescentou 6. Eduardo Najera ficou com míseros 2. Por conta disso, Dirk Nowitzki terá tempo de sobra para curar o joelho doente.

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(Foto – Ronald Martinez/NBAE)

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