5.5.03



DE VOLTA ÀS PREVISÕES




A partir de hoje, Shaq e Duncan fazem o chão tremer



Quando o Phoenix venceu o jogo 1 contra o San Antonio e o Orlando fez o mesmo contra o Detroit, prometi abandonar de vez minhas previsões. Afinal, no dia anterior eu havia apostado que Pistons e Spurs eliminariam seus oponentes com certa facilidade. Após a decepção momentânea, o tempo passou e acabou mostrando que meus palpites para o primeiro round não foram tão desastrosos. Nas oito séries, só errei o vencedor de Boston x Indiana. De quebra, ainda sugeri que Dallas x Portland seria o confronto mais disputado do Oeste. Por essas e outras, optei por suspender a autopunição. Concedi a mim mesmo uma espécie de anistia, resgatei a bola de cristal na lixeira e cá estou, pronto para exercitar novamente meus dotes de vidente. Espero não me arrepender mais tarde.



POR QUE O SAN ANTONIO VAI BATER O LOS ANGELES?
De início, a reposta é a mesma daquela primeira leva de previsões: o San Antonio vai bater qualquer time que cruzar seu caminho. Contra os Lakers, no entanto, será um duelo fabuloso. Briga de cachorro grande. Se Tim Duncan não ficar mascarado com o troféu de MVP, a turma de L.A. vai ter muito trabalho embaixo da cesta. Até porque David Robinson e Malik Rose já provaram, diante dos Suns, que têm plenas condições de contribuir. Por outro lado, Tony Parker não pode bobear, como fez no início do playoff. Para os tricampeões, manter Shaquille O’Neal e Kobe Bryant em alto nível não será suficiente. Os coadjuvantes (leia-se Horry, Fisher e George) precisam mostrar serviço. Vale lembrar que os Spurs varreram o adversário nos quatro encontros durante a temporada regular. Ok, isso não quer dizer nada a esta altura do campeonato, mas serve para sabermos que Gregg Popovich, o técnico do ano, pode ter encontrado uma receita.

POR QUE O SACRAMENTO VAI BATER O DALLAS?
Está aí o aguardado embate entre os dois melhores elencos da liga. Chris Webber vai ser um pouco mais exigido, Peja Stojakovic terá de manter a pontaria afiada nos arremessos e Mike Bibby enfrentará um armador mais veloz. Ainda assim, aposto nos Kings, pelo conjunto, pelo entrosamento, pela qualidade individual, pelo banco de reservas. Sei que o mando de quadra tem alguma influência, mas os Mavericks mostraram um bocado de fragilidade contra o Portland. Steve Nash e Michael Finley precisam melhorar (e muito) suas atuações. Contra o Sacramento, um alemão sozinho não dá nem para a saída.

POR QUE O NEW JERSEY VAI BATER O BOSTON?
Muita gente pode pensar o contrário, mas a empolgação dos Celtics deve esbarrar no talento dos Nets. Jason Kidd, Kenyon Martin e Richard Jefferson encontraram uma química invejável contra o Milwaukee, e até reservas como Rodney Rogers cresceram na hora certa. Admito que falta ao New Jersey um artilheiro como Paul Pierce (este, sim, é o único que pode subverter a lógica). Porém, mesmo quando Pierce recebe apoio dos companheiros, o Boston continua sendo uma equipe instável. O grupo comandado por Jim O’Brien teve seus méritos contra o Indiana, mas cabe ressaltar que o resultado final deve-se muito ao inesperado colapso dos Pacers. Se peças importantes como Reggie Miller não tivessem sumido, a história poderia ter sido outra.

POR QUE O PHILADELPHIA VAI BATER O DETROIT?
Empurrei esta série para o fim por um simples motivo: não tenho a menor idéia da resposta. O que vai acontecer neste confronto me parece absolutamente imprevisível. Os dois tiveram altos e baixos na primeira rodada: entregaram jogos fáceis em casa e arrancaram vitórias heróicas na estrada. A diferença está no estilo. Será que o abusado ataque dos Sixers supera a forte defesa dos Pistons? Pode ser que sim, pode ser que não. Mas torcer pela retranca duas vezes seguidas é demais para mim. Desta vez, prefiro ficar com o basquete bem jogado. Allen Iverson na cabeça.

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A ação começa hoje à noite, com Spurs x Lakers e Nets x Celtics. Esperamos que, daqui em diante, a ESPN tome jeito e não nos deixe na mão, como fez neste domingo decisivo.

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(Foto - Andrew D. Bernstein/NBAE)

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