23.5.03
LAR, DOCE LAR
O Cleveland venceu a loteria
e deixou LeBron feliz da vida
A imprensa se acotovelava no refeitório do hotel Radisson City Center, na cidade de Akron, em Ohio, à espera de um futuro astro. Quem saiu da suíte no 19º andar foi, na verdade, um adolescente humilde, bem-humorado e bastante maduro para os seus 18 anos. Cercado pelos colegas de escola, LeBron James pegou o elevador e foi ao encontro dos repórteres famintos. Na jaqueta preta que vestia e na faixa branca que trazia na cabeça, o logotipo da Nike deixava bem claro: estava ali um moleque milionário, pronto para ingressar no circo da NBA.
Quando as bolinhas de pingue-pongue deram aos Cavaliers o direito à primeira escolha no draft de 26 de junho, sorriram todos: a diretoria, o elenco ansioso por mais talento, o próprio LeBron e todos os seus amigos, que não precisarão rodar o país para ver em quadra aquele rapaz com quem até pouco tempo dividiam o lanche no recreio. De Akron para Cleveland é um pulo. Os bilheteiros da Gund Arena agradecem.
Diante dos microfones, o jovem fenômeno mostrou desenvoltura e falou como se já tivesse assinado o contrato. “Estamos procurando um técnico, como Jeff Van Gundy, Paul Silas ou Keith Smart. Assim que encontrarmos, mal poderei esperar para estar com ele e com meus colegas de time”, disse o jogador, sem enfiar os pés pelas mãos diante dos jornalistas mais afoitos: “Não posso prometer um título.”
A formatura no colégio St. Vincent/St. Mary está marcada para 7 de junho. Com o diploma de segundo grau na mão, LeBron vai pular a universidade para cair direto no seu primeiro emprego, com fama e salário de gente grande. Muito grande.
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Foi triste ver a expressão de Jerry West no fim do sorteio. Ao ficar com a segunda posição, o Memphis não apenas perdeu LeBron como também Carmelo Anthony, Darko Milicic e qualquer outro nome de ponta. A tragédia nasceu em 1997, quando os Grizzlies ainda estavam em Vancouver e fizeram com os Pistons uma daquelas inofensivas trocas que incluem “uma futura escolha de primeiro round no draft”. O detalhe é que o acordo não valeria caso West tivesse a sorte de ficar em primeiro. Pois não ficou. Os Pistons ganharam de bandeja a perspectiva de uma melhora sensível para o próximo ano. Basta somar a este time virtualmente eliminado pelo New Jersey o talento de Anthony ou Milicic.
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Tony Mejia, comentarista da CBS, caprichou no chutômetro e listou a previsão completa da primeira rodada. Leandrinho, elogiado como um dos armadores mais atléticos do draft, cairia no Boston (20º). Anderson Varejão, com a ressalva de que pode nem entrar, ficaria no Memphis (27º).
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(Foto - AP)
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