14.5.03



NO LIMITE




Os Mavs de Nash empurraram o Sacramento de Divac
para a beira do abismo, onde a derrota significa o fim




Sentado no banco, em trajes de passeio, Chris Webber terá dificuldades para controlar a angústia na partida de amanhã. Cada um de seus companheiros vai entrar em quadra com uma incômoda corda no pescoço. Qualquer deslize leva ao enforcamento. Uma derrota abre férias coletivas para o Sacramento Kings.

Numa série nivelada por cima, nenhum time consegue escapar ileso após perder seu maior craque por causa de uma lesão ingrata. Resultado: após cinco embates, os Kings respiram com a ajuda de aparelhos. Mesmo que vençam na Arco Arena (o que é perfeitamente viável), terão de voltar ao Texas para um enervante e imprevisível jogo 7.

O Dallas Mavericks, que não tem nada a ver com as contusões alheias, vai fazendo sua parte de forma exemplar. Quando o trio Nowitzki-Finley-Nash está bem azeitado, é muito difícil parar essa turma. Ontem, o alemão foi a estrela maior, ficando a uma assistência do triple-double. Os outros dois combinaram 41 pontos. Acrescenta-se a essa química uma estupenda atuação defensiva, além do apoio providencial de coadjuvantes como Raja Bell, que comandou uma impressionante seqüência ofensiva no terceiro período.

Com um passo de cada vez, superando a desconfiança dia após dia, os Mavs já estão batendo à porta da final do Oeste. Que, na verdade, acaba sendo a final da NBA.

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Por falar em Texas, o San Antonio conseguiu ontem o que pode se chamar de uma derrota moral. O técnico Gregg Popovich deve levantar as mãos para o céu. Por pouco, muito pouco, pouquíssimo mesmo, seu time não entregou um jogo fácil para o Los Angeles. Novamente os Spurs deixaram evaporar uma boa diferença de pontos. Num piscar de olhos, sem maiores explicações, a equipe foi acometida por um blecaute e sumiu da quadra.

Abriu-se espaço, portanto, para um Kobe Bryant monstruoso, acertando arremessos de gente grande, como aliás lhe convém. Sabe-se lá que tipo de sabedoria budista o cardíaco Phil Jackson passou para seus reservas, mas o banco dos Lakers garantiu a retaguarda necessária para os astros. A reação só não se consumou porque a tradicional bomba de Robert Horry, que geralmente explode na hora certa, desta vez engasgou. A bola da vitória entrou e saiu da cesta, causando uma decepção tão grande que, mesmo com alguns segundos restando no cronômetro, o Los Angeles se esqueceu de fazer uma falta. O tempo correu até o zero e o San Antonio garantiu a vitória. O clima, no entanto, era de velório. Os atletas saíram para o vestiário com fisionomias derrotadas, diante de um ginásio atônito.

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(Foto - Ronald Martinez/NBAE)

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