21.5.03



O TRATOR KENYON




O New Jersey encontrou em Martin um jogador capaz
de finalizar os lances bem desenhados por Jason Kidd




Já se vão três anos desde que Kenyon Martin deixou a universidade de Cincinnati e ingressou na NBA como o primeiro escolhido no draft de 2000. Demorou um bocado, mas o New Jersey já percebe que o investimento valeu a pena. Após duas temporadas medianas, o ala ganhou massa muscular, aprimorou suas habilidades e se tornou um dos atletas mais agressivos da liga. A dobradinha afiada com Jason Kidd tem sido um trunfo invejável para uma equipe que se orgulha de manter a melhor campanha dos playoffs até agora.

Na noite de ontem, Martin anotou 16 de seus 25 pontos no quarto período e comandou a bela reação dos Nets em Detroit. Foi a oitava vitória seguida no mata-mata. Com duas derrotas em casa, os Pistons caminham a passos rápidos rumo à eliminação.

"Ir para casa com a vantagem de 2-0 e a chance de vencer os dois próximos jogos diante de nossa torcida nos faz sentir muito bem", resumiu o técnico Byron Scott, que aliás tem falado bastante desde a série contra o Boston Celtics. A declaração, que a princípio pode ser encarada como excesso de autoconfiança, na verdade retrata um quadro cristalino: de fato, o New Jersey repousa numa situação extremamente confortável. Só uma catástrofe pode impedir a classificação para a final.

Além de Martin e Kidd, Richard Jefferson também deu sua contribuição ontem, o que não é nenhuma novidade. Ao que parece, os Nets se mostraram abusados o bastante para revelar seu próprio trio, como manda o figurino da outra conferência, o Oeste. Se o Dallas tem Nash, Finley e Nowitzki, ora bolas, o New Jersey tem Kidd, Jefferson e Martin.

Antes que comece a chuva de comentários furiosos, deixo bem claro que respeito as devidas diferenças de qualidade (até porque os Mavs têm um quarto elemento chamado Nick Van Exel), mas a comparação não deixa de ser válida. Byron Scott conseguiu plantar, em pleno Leste, uma pequena semente de Oeste.

Caso o time corresponda às expectativas e conclua bem o embate com o Detroit, restará apenas um objetivo: provar que é possível bater um primo rico na grande final.

(Foto - Nathaniel S. Butler/NBAE)

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