20.5.03



PARA O CHÃO TREMER




Garnett investe contra Chandler: eles
podem trocar de uniforme em breve




Quem garante é Sam Smith, colunista do jornal Chicago Tribune: os Bulls vão esperar até quinta-feira para ver se a sorte bate à porta. Caso não fique com uma das três primeiras posições do draft, o novo gerente John Paxson pode ceder seu direito de escolha para os Timberwolves. Na mesma barca rumo a Minnesota, iriam Tyson Chandler, Jay Williams, Jalen Rose e Eddie Robinson. Em troca, o cartola estreante receberia apenas um jogador.

Sim, ele mesmo.

Kevin Garnett seria o responsável por reconstruir a combalida franquia de Chicago, ao lado de Eddy Curry, Jamal Crawford, Donyell Marshall e Marcus Fizer. Para ajudá-los, Paxson pretende gastar um pouco mais de seu rico dinheirinho explorando o mercado de passe livre em meio a quatro opções: Corey Maggette, James Posey, Antonio Daniels e Jason Terry.

Com a escolha do draft (certamente um Top 10), a experiência de Rose e os outros três jovens talentos, os Wolves podem dar início a um processo de médio prazo, interrompendo um trabalho que não rendeu nada além de eliminações seguidas na primeira rodada dos playoffs. Vale lembrar que continuariam por lá atletas como Wally Szczerbiak, Troy Hudson e Rasho Nesterovic. Todos sob o comando do competente Flip Saunders.

Ainda assim, a negociação parece absurda à primeira vista, já que Garnett acaba de atravessar sua temporada mais produtiva. Nesta semana, porém, o dono do Minnesota, Glen Taylor, admitiu pela primeira vez que pode se desfazer do melhor jogador a vestir o uniforme de sua equipe em todos tempos: “A única chance de troca é se ele próprio julgar que esta é a melhor opção. Nós não queremos, ele também não, mas é uma possibilidade.” O comentário fortaleceu os boatos que vinham surgindo na imprensa local.

A chegada de Paxson pode ajudar na transação, já que Garnett não era grande fã de Jerry Krause. Certa vez, o atleta culpou o ex-dirigente dos Bulls pelo declínio da equipe após a saída de Michael Jordan. O dinheiro também pode pesar a favor. O astro tem pela frente mais um ano de contrato e pode assinar uma renovação antecipada que começaria com US$ 29.4 milhões por ano. Os Wolves, no entanto, não têm bala na agulha para desembolsar essa pequena fortuna, até porque existe a forte intenção de manter Nesterovic, o que mandaria pelos ares os limites da folha de pagamento.

O Chicago, sim, tem um cofre razoavelmente abastecido à disposição de Garnett. O teto salarial certamente estouraria, mas o time confia na receita da torcida fiel para assumir a temida luxury-tax (espécie de multa que a NBA cobra de quem ultrapassa o limite).

Em breve vamos saber se tudo isso é apenas bravata de Paxson. Se o novo cartola estiver realmente disposto a enfiar o pé na porta e sacudir os alicerces com uma troca dessa grandeza, ao menos terá mostrado uma virtude ausente em Chicago desde que Jordan se foi: a coragem de pensar grande.

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A defesa do Detroit, que até agora se concentrava em peças isoladas como Tracy McGrady e Allen Iverson, precisa se desmembrar em vários tentáculos para anular Jason Kidd, Kenyon Martin e Richard Jefferson. Uma derrota logo mais é quase um adeus aos playoffs.

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San Antonio e Dallas fizeram ontem um grande jogo. Quando faltavam 20 segundos, os Spurs venciam por um ponto e Tony Parker pegou uma bola na linha de três. Desesperado, zanzou com ela sem saber o que fazer. Acabou soltando um arremesso desequilibrado, num erro que rendeu a virada dos Mavericks. No último lance, precisando de três pontos, o técnico Gregg Popovich tirou de quadra Manu Ginobili e Bruce Bowen. Vai entender. Prefácio de uma série cheia de emoções.

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(Foto - David Sherman/NBAE)

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