18.5.03



DOIS PRA LÁ, DOIS PRA CÁ





Kidd, Wallace, Duncan e Nowitzki: entre todos os times
que iniciaram o campeonato, restaram apenas quatro




Sob a luz fria dos números, podemos dizer que a justiça está feita. Análises passionais e minúcias técnicas à parte, classificaram-se para as finais de conferência as equipes de melhor campanha na temporada regular. No Leste, Detroit e New Jersey. No Oeste, San Antonio e Dallas. O árduo caminho dos playoffs derrubou azarões como Orlando e Phoenix, guerreiros como Philadelphia e Los Angeles, timaços como Portland e Sacramento. Restou a nata. Para o Rebote, é hora de pisar em ovos novamente, sem medo de espatifá-los. No terreno das previsões, minha performance até agora registra nove acertos e três erros. Não chega a ser vergonhoso. Portanto, vamos em frente.



POR QUE O NEW JERSEY VAI BATER O DETROIT?
Ao contrário do que muitos pensam, me recuso a apostar num passeio dos Nets. No auge de sua campanha, com a defesa tinindo e o ataque se esforçando para não decepcionar, os Pistons podem complicar a batalha. Sem falar no mando de quadra, que pertence aos asseclas de Rick Carlisle. Ainda assim, o New Jersey é melhor, mais completo, mais consciente, mais capacitado. Por isso, deve passar. Jason Kidd, varrido ano passado pelos Lakers, merece uma segunda chance contra um adversário diferente. O armador tem passeado à vontade no mata-mata, apresentando um basquete de altíssimo nível. Será um desafio e tanto para Chauncey Billups, que ainda se recupera da lesão no tornozelo. A diferença é que Kidd (além de ser mais habilidoso) tem ao seu lado atletas versáteis como Kenyon Martin e Richard Jefferson, enquanto Billups vislumbra opções mais escassas na hora de distribuir a bola.

POR QUE O SAN ANTONIO VAI BATER O DALLAS?
Sei que já está ficando repetitivo, mas volto a dizer que o San Antonio vai passar por cima de qualquer intruso que atravessar seu caminho rumo ao título. Não será diferente agora. Os Mavs têm um ótimo elenco e devem endurecer a série, mas superar os Spurs quatro vezes é um pouco demais para a trupe de Don Nelson. Tim Duncan está jogando como MVP e os coadjuvantes acompanham a toada. No garrafão a coisa vai ficar difícil para o Dallas. A saída é apostar nos tiros de fora, na ajuda monstruosa de Nick Van Exel e num possível massacre de Steve Nash sobre o vaga-lume Tony Parker, que ora acende, ora apaga. Por incrível que pareça, tudo isso é pouco, muito pouco, para bater um time que, a cada noite, adquire mais pinta de campeão.

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Engana-se redondamente quem pensa que o Sacramento saiu dos playoffs pela porta dos fundos. Mesmo com o desfalque do maior craque, os Kings provaram a força de seu elenco e arrastaram a série contra o Dallas até o jogo 7. A batalha final, em pleno American Airlines Center, permaneceu equilibrada até a metade do quarto período, quando, num espaço de três minutos, os Mavs esticaram a vantagem e definiram a merecida classificação. Posso estar enganado, mas me pareceu claro que o destino seria outro se Chris Webber não estivesse de terno no banco.

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(Fotos – Noren Trotman e Glenn James/NBAE)

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