19.4.03
:::: BLOCO DE NOTAS ::::
Todo sábado, um passeio rápido pela liga
Marbury bateu o San Antonio
e tomou o mando de quadra
OS INTRUSOS - Bem, eu me rendo. Acabo de voltar da lixeira do prédio, onde deixei minha bola de cristal. De fato, pensei que o San Antonio Spurs fosse massacrar o Phoenix Suns. No entanto, fico feliz ao constatar que o basquete ainda pode subverter o óbvio e proporcionar uma partida elétrica, magnífica, histórica, como esta que a ESPN transmitiu na noite de sábado. No fim do quarto período, o calouro Amare Stoudemire encomendou uma improvável cesta de três e mandou o duelo para a prorrogação. Mas o melhor foi guardado para o último segundo do tempo extra, com esse cidadão chamado Stephon Marbury. Marcado, desequilibrado, em movimento e com a sirene quase tocando, ele disparou o míssil da redenção. Três pontos, vitória garantida e vários homens de uniforme roxo pulando em direção ao vestiário. Lá dentro, só festa. Merecidíssima. Se eu tivesse que apostar sobre o futuro da série, ainda confiaria na virada dos Spurs. Mas aprendi a lição e agora não aposto em mais nada. Só torço. E como não torcer para quem apronta uma farra dessas na casa do melhor time de toda a NBA?
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HOMEM DE FERRO - Ao que parece, o Boston Celtics caprichou na vitamina para derrubar outra de minhas previsões. Paul Pierce ainda não cansou. Mesmo após uma temporada exaustiva, com todo o peso do time nas costas, o armador teve uma atuação espetacular, anotou 40 pontos, pegou 11 rebotes e roubou o mando de quadra no jogo 1 contra o Indiana Pacers. Na linha de lances-livres, foram 21 acertos em 21 tentativas. Antoine Walker também esteve bem, com 22 pontos. O time da casa deixou uma impressão preocupante: excesso de faltas, pânico ofensivo e Jermaine O’Neal cometendo erros bobos nos últimos minutos. A série começou a ficar verde.
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SEM ZEBRA - O New Jersey Nets, por sua vez, não deu sopa para o azar e atropelou o Milwaukee Bucks, com sete jogadores pontuando em dígitos duplos. Abalado pela morte do irmão, Dikembe Mutombo praticamente sumiu em quadra, mas não chegou a fazer falta. Kenyon Martin tomou conta do garrafão, marcando 21 pontos e apanhando 15 rebotes. Jason Kidd encarnou o garçom e distribuiu 14 assistências para os companheiros. No Milwaukee, pesou a péssima atuação de Gary Payton, com apenas 8 pontos e uma profusão de falhas infantis.
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BRUXA SOLTA - Alguns pivôs da NBA andam em maré de azar. Além do irmão de Mutombo, morreu também o avô de Shaquille O’Neal. O enterro, previsto para o início da semana, pode tirar o astro dos Lakers de um dos jogos contra o Minnesota. Outro que ainda não tem escalação garantida é Ben Wallace, que se recupera de contusão no Detroit Pistons.
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O REI DA LIGA - Das pretensiosas listas do Rebote, ficou faltando a principal: a de MVP. Lá na primeira nota, prometi não fazer mais apostas. Mas isso aqui não é aposta, só estou dando minha opinião sobre o assunto. Como os playoffs já entraram em cena, seria inoportuno desperdiçar uma crônica inteira com justificativas para cada um dos meus dez favoritos. Por isso resolvi espremer a seleção aqui no Bloco, limitando os comentários apenas aos três primeiros (que, por sinal, encontram-se praticamente no mesmo nível).
1) KEVIN GARNETT – Talvez seja o atleta que reúna atualmente o mais vasto repertório de habilidades. Sua carreira nunca esteve tão bem. Pena que não tenha ao seu lado outro nome de ponta. Seria o bastante para tornar os Wolves quase imbatíveis.
2) KOBE BRYANT – Cumpriu uma temporada fantástica, na ponta dos cascos. Nos momentos mais delicados, conseguiu se superar e colocou o time nas costas (e olha que Shaq deve pesar um bocado). É sem dúvida o sujeito mais credenciado para herdar o legado de Michael Jordan.
3) TIM DUNCAN – Se fosse um pouco menos discreto, seria o primeiro da minha lista. É o melhor ala de força que surgiu na liga desde Karl Malone. Talvez lhe falte um pouco de vibração em quadra. Fora isso, é perfeito.
O Top-10 se completa com: 4) TRACY MCGRADY; 5) ALLEN IVERSON; 6) SHAQUILLE O’NEAL; 7) CHRIS WEBBER; 8) DIRK NOWITZKI; 9) PAUL PIERCE; 10) JASON KIDD. Este ano foi especialmente generoso em performances individuais, o que me forçou a excluir da lista nomes de peso como o próprio Malone, Ben Wallace, Jamal Mashburn, Jermaine O’Neal, Steve Francis, Michael Finley, Stephon Marbury, Shawn Marion e Antawn Jamison. Todos estão de parabéns.
:::::::: :::::::: Z O N A . M O R T A :::::::: ::::::::
Shaq perdeu o avô mas ganhou o terceiro filhote. Na madrugada de sexta para sábado, sua esposa, Shaunie, deu à luz um menino.
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Em comum acordo com a diretoria, o lendário técnico Lenny Wilkens deixou o Toronto Raptors. Aos 65 anos, após atravessar o pior campeonato de sua vitoriosa carreira, ele garante que ainda está longe da aposentadoria.
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As boas notícias têm passado longe de Nova York. Antonio McDyess vai se submeter a uma nova cirurgia no joelho e pode continuar ausente em 2003-2004.
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A turma dos eliminados já começa a se movimentar nos bastidores. Eddie Jones deve ser negociado pelo Miami Heat; Jerry Stackhouse está disposto a permanecer em Washington; e a renovação de Gilbert Arenas virou prioridade absoluta para o Golden State.
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(Foto - Ron Hoskins/NBAE)
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