11.4.03
ENFIM, MISSÃO CUMPRIDA
Com muita dificuldade, Allen Iverson parece
ter conquistado a sonhada vaga em Atenas
Fontes seguras garantem: Allen Iverson será convocado para as Olimpíadas da Grécia. Após muito disse-me-disse, a decisão foi tomada por integrantes do comitê da seleção americana, numa reunião feita por teleconferência. Os inimigos vão torcer o nariz. Mas o basquete agradece, e é isso que importa.
Na elite da NBA, Iverson é certamente o atleta com maior índice de rejeição. Aqui mesmo no Brasil, não lhe faltam críticos ferozes. Muitos vêem o armador do Philadelphia 76ers como um nome de segundo escalão, um arremessador compulsivo que só mantém a alta pontuação porque, a cada noite, lança dezenas e dezenas de bolas à cesta. Discordo com veemência dessa tese.
Sei que não cabe compará-lo a alguns pares da posição, como Kobe Bryant e Tracy McGrady. A justa fama de encrenqueiro também contribui na hora da avaliação. Mas barrá-lo na porta do salão nobre da NBA é uma incoerência. E deixá-lo em casa durante uma Olimpíada chega a ser imperdoável.
Até Shaquille O’Neal, que resolveu desprezar os Jogos Olímpicos, entrou na briga para defender a convocação do baixinho invocado. É claro que isso também foi um pretexto para alfinetar o rival Mike Bibby, mas a campanha é válida.
Após seis temporadas no Philadelphia, Iverson atravessa seu melhor momento. Numericamente esse clímax não aparece, mas a preocupação com os passes e a boa vontade na defesa fizeram dele um atleta mais completo. Sem contar que os pontos continuam transbordando a cada partida, o que lhe rende a posição de terceiro cestinha da liga (atrás apenas dos já citados Kobe e T-Mac).
A excelente fase se deve a uma trégua nos atritos com o técnico Larry Brown. A convivência deixou de ser um transtorno, e os elogios agora partem do próprio comandante. “Ele tem sido muito profissional”, salientou Brown. “Este é seu melhor ano. É fenomenal o modo como vem jogando e interagindo com os companheiros.”
A dupla, que já trocou muitas farpas, agora divide objetivos comuns. O primeiro é imediato e bastante plausível: levar os Sixers a mais um título do Leste. O segundo, cujo passo inicial foi dado com o anúncio de ontem, é para 2004: recuperar o orgulho da seleção americana e buscar a medalha de ouro na Grécia. Convém não duvidar de nenhum deles.
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CARONA - Como nem tudo é perfeito, Jermaine O’Neal deve aproveitar o barco e garantir também a sua convocação. O ala-pivô do Indiana é muito bom, mas não o suficiente para representar a tradição de seu país no basquete. Basta recordar o vexame no último Mundial.
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(Foto - Jesse D. Garrabrant/NBAE)
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