2.4.03
EM BUSCA DE UM LUGAR CONFORTÁVEL
Kobe sabe que enfrentar os Spurs será uma pedreira
Escrever sobre o Los Angeles Lakers é como cutucar um vespeiro. Sei que os ânimos se inflamam e o risco de um contra-ataque furioso aumenta consideravalmente. Ainda assim, não dá para ignorar o time a esta altura do campeonato. Os playoffs vêm chegando e, ao contrário do que muitos previam, lá estão os tricampeões, prontos para perseguir o quarto título com unhas e dentes.
Hoje, a equipe repousa na sétima posição do Oeste, logo atrás do Utah Jazz (que se vê seriamente ameaçado) e bem à frente do Phoenix Suns (que não oferece perigo algum). À primeira vista, a situação pode parecer incômoda. Afinal, mando de quadra não é benefício que se despreze e, do jeito que a coisa anda, Kobe e Shaq estarão sempre em desvantagem neste aspecto.
Entretanto, quem acompanhou a NBA durante os últimos três anos sabe que os Lakers se agigantam na hora da verdade, mesmo longe da Califórnia. Não, isso não é conversa fiada. De fato, aquela camisa amarela (ou roxa, ou branca) pesa um pouco mais que as outras, principalmente quando envergada por gente que esbanja experiência em playoffs.
Portanto, deixemos de lado o fator-casa e vamos ao fator-adversário. Tendo em vista que só um milagre levaria o Los Angeles à quarta colocação, o primeiro round (agora disputado em melhor de sete partidas) deve reservar um embate contra Dallas, Sacramento, San Antonio ou Portland.
Dizem por aí que os Mavericks vão pipocar na fase decisiva. Discordo parcialmente dessa teoria, e vou abordá-la com mais detalhes aqui até o fim da semana. Mas é inegável que Kings e Spurs são os rivais mais indigestos. O que nos leva à seguinte conclusão: a arrancada da turma de Phil Jackson parou no meio do caminho.
Explico: o ideal seria que a elogiável recuperação dos Lakers se estendesse ao menos até a aquisição da quinta vaga, o que renderia um duelo mais tranqüilo com os Blazers. Mas dificilmente isso vai acontecer. Excluída essa possibilidade, o mais indicado (no plano teórico, claro) seria ficar em oitavo, atraindo Dirk Nowitzki, Steve Nash e os demais “pipoqueiros” para a primeira batalha. O desafio seguinte seria contra Portland ou Minnesota, e a pedreira de verdade só viria na final da conferência.
Mas a não ser que entregue jogos de propósito (hipótese que eu descarto sem pestanejar), ficar em oitavo é tão improvável quanto ficar em quinto. Ou seja, Phil Jackson pode ir preparando os mantras para abrir a próxima fase enfrentando Spurs ou Kings. E se passar por um, pega o outro em seguida. Nesse caso, a salvação só seria possível com um Bryant estilo-MVP e um O’Neal estilo-super-homem trabalhando juntos a cada noite. Sem descanso.
::::::::
DETALHE 1 – Até o fim da temporada regular, o Los Angeles terá oportunidade de testar seu poder de fogo contra possíveis oponentes no playoff. Enfrenta Portland, Sacramento e Dallas (este último duas vezes, sendo a primeira amanhã, no Texas).
DETALHE 2 – Por iniciativa da ESPN, Shaquille O’Neal vem se correspondendo, por e-mail, com um oficial da Marinha americana baseado no Qatar, em pleno front da guerra no Oriente Médio. Vale a pena conferir a troca de mensagens.
::::::::
(Foto – NBAE)
Nenhum comentário:
Postar um comentário