23.4.03



PRESTÍGIO EM JOGO




Billups e Armstrong têm reencontro marcado à noite



Atravessar uma temporada de 82 jogos e encerrá-la no topo da tabela não é tarefa para qualquer um. O Detroit Pistons conseguiu tal façanha no lado mais fraco da NBA, mas isso não deveria tirar os méritos da equipe. Bombardeado por previsões negativas, o líder do Leste entrou nos playoffs desacreditado, sem ânimo, contra um Orlando Magic que escorregou para oitava posição na última hora e ainda assim conseguiu arrancar, sabe-se lá de onde, um inesperado favoritismo. A esperança em Auburn Hill era que a prancheta retranqueira de Rick Carlisle pudesse anular a arte de Tracy McGrady. O que se viu em quadra, no entanto, foi um time estéril no ataque, com uma defesa esburacada e incapaz de fazer frente ao cestinha da liga.

A derrota em casa ligou o sinal de alerta. Hoje à noite, o Detroit enfrenta uma espinhosa missão dupla: vencer o jogo 2 e recuperar a confiança (ou pelo menos parte dela). Outro fracasso pode significar uma despedida prematura e traumática, que reforçaria o sorriso irônico no rosto dos críticos. Resta saber se as previsões externas, quase sempre destrutivas, chegam a abalar os jogadores. Para tirar a dúvida, só perguntando aos próprios.

O site oficial da NBA teve a oportuna idéia de abrir uma linha direta com 16 atletas, um de cada equipe classificada. As questões, enviadas de qualquer país do mundo, passam por uma triagem, da qual sobram poucas. Por sorte, consegui que minha pergunta sobre prestígio, crédito e motivação chegasse às mãos de Corliss Williamson. A resposta está no site:

“Às vezes você tem de conquistar o respeito, é preciso trabalhar mais forte como um grupo. Sentimos em nossas mentes que somos um bom time, capaz de conseguir muita coisa, então só precisamos seguir, trabalhar duro nos playoffs. Quanto mais partidas vencermos, mais respeito conquistaremos”, explicou o ala dos Pistons, um dos candidatos ao prêmio de melhor reserva do ano.

Seguindo esse raciocínio, torna-se crucial bater o Orlando logo mais. No caso do Detroit, a tática continua a mesma: subverter a lógica do esporte e provar que o melhor ataque é a defesa. Por isso vale destacar a resposta de Williamson a um leitor da Flórida, que pergunta como ele pretende parar T-Mac: “Ha, Ha, Ha. Quebrando sua perna! (...) Realmente acho impossível anular um jogador como ele. Tudo que se pode fazer é tentar não deixá-lo chegar aos 40 pontos.”

A missão ficará mais palpável para o time da casa se Ben Wallace estiver em forma, se Chauncey Billups, Michael Curry e Cliff Robinson mostrarem serviço no revezamento defensivo, e se Rip Hamilton repetir a boa atuação do primeiro confronto.

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As surpresas que dominaram a rodada inicial começam a dar lugar ao equilíbrio. Até agora, só o Sacramento conseguiu abrir 2-0. Ontem, o Milwaukee de Gary Payton espanou a poeira e empatou a série contra o New Jersey. O mesmo aconteceu com o Minnesota, que contou com 37 pontos de Troy Hudson. Mais uma vez, ficou provado que os Wolves crescem quando Kevin Garnett encontra alguém para dividir com ele o peso da responsabilidade.

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(Foto - Allen Einstein/NBAE)

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