13.4.03
A HORA DOS GAROTOS
Amare Stoudemire tem tudo para se
tornar um dos melhores alas da liga
A renovação do basquete americano andava meio estacionada nos últimos dois anos. Para comprovar esta tese, vale fazer um curioso exercício. Unindo os drafts de 2000 e 2001, teríamos a seguinte seleção: Kenyon Martin, Pau Gasol, Richard Jefferson, Mike Miller e Tony Parker. Com exceção de Parker, que se destaca, todos ali são apenas bons jogadores. E o deserto de talento foi tão grande que nem daria para montar aqui um banco de reservas decente.
Agora confira uma escalação fictícia dos drafts de 1998 e 1999: Elton Brand, Dirk Nowitzki, Paul Pierce, Steve Francis e Mike Bibby. Gostou? Pois saiba que ainda sobrariam Vince Carter, Shawn Marion, Antawn Jamison, Baron Davis, Andre Miller, Ron Artest, Michael Olowokandi, Lamar Odom, Jason Williams, Bonzi Wells, Larry Hughes, Matt Harpring, Ricky Davis, Wally Szczerbiak, Rip Hamilton, Jason Terry...
Em resumo, há um abismo entre a fraquíssima safra 00-01 e as que vieram antes. Em 2002, acendeu-se uma luz no fim do túnel. Ao que parece, o último draft conseguiu corrigir esse defeito e lançou no caldeirão uma boa dose de esperança para o futuro. Segue abaixo o Top-10 do Rebote para os calouros do ano. Os três primeiros são excelentes e já estão prontos. Os demais têm plena condição de evoluir nas temporadas seguintes.
1. AMARE STOUDEMIRE - Forte, ágil, maduro, agressivo, raçudo, inteligente, tudo isso com apenas 20 anos. O que mais se pode dizer sobre o ala Phoenix Suns? Vendo-o jogar, me lembro dos melhores momentos de Antonio McDyess ou Rasheed Wallace (sem as contusões do primeiro e as confusões do segundo). É aposta certa para integrar a elite da posição, quem sabe já no próximo ano.
2. YAO MING - Esqueça o marketing. O pivô chinês superou o baixo rendimento inicial, conseguiu se adaptar e tem tudo para carregar o Houston Rockets nas costas por muito tempo. Com a ajuda de Steve Francis, a tarefa deve ficar ainda mais fácil. Além do tamanho, mostrou bom posicionamento e habilidade no garrafão. Com um pouco mais de experiência, vai se tornar o ponto de segurança da equipe. Complicou o jogo? Bola para o chinês.
3. CARON BUTLER - É uma pena que o duelo entre Yao e Amare tenha mantido o ala do Miami Heat longe dos holofotes. Butler é um daqueles jogadores que a NBA adora: atlético, versátil, joga em várias posições, pontua bem, aparece na defesa, pega rebotes, puxa o contra-ataque, faz de tudo um pouco. De quebra, é o cestinha entre os novatos, com 15.4 pontos por noite. O futuro lhe aguarda.
4. GORDAN GIRICEK - A mudança para o Orlando Magic fez muito bem para o croata. Na reta final, ele mostrou o quanto pode ser útil para sua equipe. O gatilho certeiro nos arremessos faz dele uma das grandes apostas do time, que deve evoluir em torno de Tracy McGrady.
5. EMANUEL GINOBILI - Na primeira metade do campeonato, as contusões perturbaram um bocado o armador argentino. Mas de lá para cá, Manu conquistou seu espaço num elenco repleto de talento e se tornou uma das principais opções do San Antonio Spurs (tanto no ataque como na defesa). Tudo isso vindo do banco. Com um pouco de sorte, ainda pode ser campeão em sua temporada de estréia.
6. DREW GOODEN - Teve um excelente começo em Memphis, depois caiu de produção e recuperou seu melhor basquete quando chegou a Orlando. Com boa presença no garrafão, solucionou um dos maiores problemas da equipe.
7. NENÊ HILARIO - A performance do brasileiro ficou dentro das minhas expectativas. Conseguiu se salvar em meio à mediocridade do Denver Nuggets, mostrando personalidade embaixo da cesta e encarando os temidos grandalhões do Oeste. Precisa aprimorar os arremessos de média distância e aprender a evitar as faltas no início das partidas. No geral, está de parabéns.
8. JAY WILLIAMS - Talvez tenha sido a maior decepção da safra, comprovando o azar do Chicago Bulls nos drafts desde que Michael Jordan deixou o time. Em determinado momento, chegou a ser barrado pelo limitado Jamal Crawford e arrumou atritos com o técnico Bill Cartwright. No entanto, é um armador habilidoso e pode engrenar a qualquer momento.
9. CARLOS BOOZER - Até a convocação para o desafio dos calouros no All-Star Game, ninguém falava muito nele. A situação é parecida com a de Nenê: conseguiu a proeza de mostrar serviço no péssimo Cleveland Cavaliers.
10. DAJUAN WAGNER - Começou muito bem, mas se rendeu à pasmaceira dos Cavs e sofreu com uma grave lesão que o mandou para o estaleiro.
(Foto - Jennifer Pottheiser/NBAE)
Nenhum comentário:
Postar um comentário