18.4.03
GEOGRAFIA DISTORCIDA
O San Antonio conseguiu a proeza de atingir o
topo do Oeste, onde o talento é pré-requisito
Imagine, num campeonato de futebol, que seu time conquiste a Primeira Divisão. Antes de comemorar o título, porém, é preciso comparecer a um duelo com o vencedor da Segundona. É mais ou menos assim que funciona a NBA. O herói que sobrevive à guerra do Oeste só recebe o troféu após despachar um primo pobre do Leste na Final. Talvez fosse mais justo (apesar de menos prático) unir as conferências e classificar os 16 primeiros para o mata-mata, sem se preocupar com a geografia. Quando o assunto é basquete, o mapa dos Estados Unidos pesa mais no lado banhado pelo Pacífico. Vamos, portanto, às previsões.
POR QUE O SAN ANTONIO VAI BATER O PHOENIX?
Ora, que pergunta mais besta. Limpando a poeira da minha bola de cristal, dá para ver que o San Antonio vai bater não só o Phoenix como qualquer outra equipe que cruzar seu caminho. À exceção de Tim Duncan, os Spurs não têm estrelas (David Robinson, quase de bengala, não conta). Mas o elenco é invejável, com qualidade que transborda entre os titulares e sobra para os reservas. Azar dos Suns, que fizeram um ótimo trabalho e mereciam alguma recompensa nos playoffs. Quem sabe uma vitoriazinha. Já estaria de bom tamanho.
POR QUE O SACRAMENTO VAI BATER O UTAH?
Porque os Kings são, provavelmente, o time mais organizado, disciplinado e equilibrado de toda a liga. Como se isso não bastasse, os jogadores esbanjam talento e alguns deles (Webber, Stojakovic, Bibby) são capazes de decidir partidas sem a ajuda de ninguém. Karl Malone e John Stockton merecem todas as honras e homenagens, mas passar pelo Sacramento é pedir demais. Se realmente estiver pensando em se aposentar, a dupla deve aproveitar os próximos quatro, cinco ou seis jogos. Podem ser os últimos de uma trajetória brilhante.
POR QUE O DALLAS VAI BATER O PORTLAND?
Por um motivo muito simples: na balança, os Mavs são melhores que os Blazers. Esta série pode ser a mais disputada do Oeste, mas no fim das contas Nowitzki, Nash e Finley acabam avançando. O técnico do Portland, Maurice Cheeks, tem uma missão inglória pela frente: além de quebrar a cabeça para encontrar um meio de superar o adversário, precisa manter seus garotos longe das encrencas.
POR QUE O LOS ANGELES VAI BATER O MINNESOTA?
Porque o Minnesota não é o San Antonio ou o Sacramento. Ou o Dallas, vá lá. Só essas três equipes (especialmente as duas primeiras) são capazes de mandar os Lakers para casa. Sei que Kevin Garnett está tinindo e Flip Saunders azeitou seu desenho tático com extrema competência. Mas do outro lado da quadra estarão Phil Jackson, Kobe Bryant e Shaquille O’Neal. Essa gente conhece bem um mata-mata e sabe o modo certo de cozinhar cada jogo. Em todo caso, aposto neste embate como o mais eletrizante de todo o playoff.
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PARTO - Prometi para hoje um comentário sobre a possibilidade de Shaq se ausentar de algumas partidas para cuidar de sua esposa e do bebê que está para nascer. Na verdade não há muito o que falar. Jackson já disse que o pivô não vai desfalcar os tricampeões, e o próprio O’Neal decidiu não alimentar a polêmica. Resta esperar para ver.
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(Foto - NBAE)
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