3.4.03
PONTO DE MUTAÇÃO
Arenas, MVP no Desafio dos Calouros,
pode levantar outro troféu em 2003
De uma temporada para a outra, muita coisa acontece. Sabe-se lá que tipo de vitamina os jogadores da NBA tomam durante as férias, mas alguns deles conseguem mudar da água para o vinho em poucos meses. Para premiar esse tipo de esforço, a liga concede, ao fim de cada campeonato, o prêmio Most Improved Player, para o atleta que mais evoluiu em relação ao ano anterior. Com a proximidade dos playoffs, a briga começa a esquentar. Sobram candidatos para todos os gostos. Ou seja, está mais que na hora de descer do muro e comentar o assunto. Aqui estão meus dez eleitos, na ordem de preferência. Espero não ter esquecido ninguém.
1. GILBERT ARENAS - Em 2002, ele era um ilustre desconhecido. Hoje, é um dos melhores armadores da NBA. Responsável direto pela boa campanha do Golden State Warriors, o garoto de 21 anos tornou-se um líder em quadra, levando a sério a palavra estampada na camiseta que veste: trata-se, essencialmente, de um guerreiro. Desde a última temporada, seus números saltaram em vários fundamentos, como pontos (10.9 para 18.5), assistências (3.7 para 6.1) e rebotes (2.8 para 4.7). Coube a ele, portanto, o grande pulo do gato em 2003.
2. RICKY DAVIS - Analisando friamente, talvez ele até merecesse o troféu. Mas seu prestígio caiu por terra após o patético incidente do triple-double forçado. O armador do Cleveland Cavaliers evoluiu a olhos vistos, mesmo amargando a lanterna da liga desde a primeira semana. De 11.7 pontos por noite, passou a 20.5. Também aumentaram as médias de passes (2.2 para 5.3) e rebotes (3 para 4.9). Medalha de prata nele, apesar do espírito antidesportivo.
3. TROY MURPHY - É fácil descobrir por que o Golden vem surpreendendo todo mundo. Assim como Arenas, Murphy também cresceu bastante. O tímido ala que pegava apenas 3.9 rebotes por partida tornou-se o sexto maior da NBA nessa estatística, com média de 10.2. Os pontos quase dobraram (5.9 para 11.6) e ajudaram a fazer dele o oitavo da liga em double-doubles.
4. MATT HARPRING - A transferência para o Utah Jazz tinha tudo para afundar sua carreira. Afinal, ninguém consegue brilhar ao lado de Karl Malone e John Stockton, certo? Errado. Jeff Hornacek já havia provado isso, e Harpring parece ter aprendido direitinho. Além de pular dos 11.8 para os 17.8 pontos por jogo, o ala-armador conseguiu o que parecia impossível: melhorar ainda mais a pontaria nos arremessos (46% para 51%), incluindo os tiros de três (30% para 43%).
5. CHAUNCEY BILLUPS - Nada melhor que respirar novos ares. Em Detroit, Billups passou a liderar um time vencedor. Mais maduro na armação, melhorou também na hora de finalizar, contribuindo com média de 16 pontos (eram 12.5 em 2002). De quebra, pode ser campeão do Leste.
6. BOBBY JACKSON - O habilidoso armador do Sacramento Kings conseguiu elevar todas as suas estatísticas, sendo que a maior diferença se nota na pontuação (11.1 para 16.1). O fato ganha mais relevância pelo fato de Jackson ser um reserva. Ainda não dá para tomar a vaga de Mike Bibby entre os titulares, mas finalmente este grande jogador começa a ganhar o reconhecimento que merece.
7. TONY PARKER - Outro que levantou quase todos os números. De 9 pontos por partida, passou para 15.5. Também progrediu um bocado nas assistências e no aproveitamento de arremessos, tornando-se um líder em San Antonio. Está a um passo da concorrida elite dos armadores da NBA.
8. STEPHEN JACKSON - O companheiro de Parker nos Spurs é mais um Jackson na lista. Não passava de um Zé Ninguém ano passado, atuando cerca de 9 minutos por noite. Conseguiu triplicar a média para 27. A reboque, ganhou eficiência nos tiros (37% para 43%) e passou a pontuar mais (3.9 para 11.9).
9. TROY HUDSON - O armador do Minnesota é hoje o quarto melhor cobrador de lances-livres da liga. Mas não é isso que o credencia aqui. A subida nas médias de pontos (11.7 para 14.3) e assistências (3.1 para 5.7) fizeram dele uma das peças fundamentais na arrancada dos Wolves.
10. KEVIN GARNETT - Por falar em Wolves, aí está um dos mais fortes concorrentes ao prêmio de MVP, evoluindo levemente em quase todos os fundamentos. Garnett atravessa o que os americanos chamam de career-year. É o suficiente para que muitos o considerem, hoje, o melhor jogador de basquete em atividade no planeta.
(Foto – Andrew D. Bernstein/NBAE)
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