8.4.03
TALENTO FORA DA QUADRA
Saunders é um dos responsáveis pela
boa campanha do Minnesota este ano
Dia sim, dia não, lá vem uma lista do Rebote. E desta vez estou preparado para as pedradas. A escolha do melhor técnico do ano quase sempre rende polêmica. Afinal, o que não falta é gente boa para orientar os astros no treinamento e na beira da quadra. Para 2003, a NBA já reservou seu punhado de favoritos. Meus dois preferidos estão longe deste grupo. Ainda assim, segue o insólito Top-10 dos treinadores.
1. FLIP SAUNDERS - No passado recente, o Minnesota Timberwolves perdeu peças fundamentais como Stephon Marbury, Tom Guggliota, Bobby Jackson e Terrell Brandon. Extrair qualidade de um elenco que vive se desmantelando é uma arte. E neste ano, pela primeira vez, o time apresenta um equilíbrio invejável. Não chega a ser uma máquina e pode até ser eliminado na primeira rodada dos playoffs. Mas chegar à final do Oeste é um sonho absolutamente palpável. Méritos para Saunders, que conseguiu, enfim, tirar de seus comandados o que eles têm de melhor. Suas alterações no sistema ofensivo deram a Kevin Garnett uma temporada de MVP. Pena que haja tantos medalhões na disputa, o que faz cair para zero sua possibilidade de faturar o prêmio.
2. MAURICE CHEEKS - Outro que não tem a menor chance de ser eleito pela liga, mas merece todas as honras. Em Portland, Cheeks transformou um bando de arruaceiros numa ameaça para qualquer adversário. Hoje os Blazers são temidos não pela má índole, mas pelo alto nível do basquete praticado em quadra. Administrar as inúmeras encrencas e ainda por cima criar um grupo vencedor não é tarefa para qualquer um.
3. RICK ADELMAN - Este sim é um candidato de verdade. O Sacramento Kings já mostrou que tem condições de bater todos os rivais, dentro e fora de casa, incluindo o algoz Los Angeles Lakers. Talvez seja o time mais equilibrado entre os 29 que disputam o campeonato.
4. RICK CARLISLE - Faltam estrelas, sobram problemas. Ainda assim, lá está o Detroit Pistons brigando pela liderança do Leste. Com a saída de Jerry Stackhouse, pouca gente acreditava numa campanha de sucesso. Carlisle, eleito o melhor técnico de 2002, tem tudo para repetir a façanha.
5. GREGG POPOVICH - Pouca gente fala nele, mas o treinador do San Antonio Spurs esbanja competência. Nesta temporada, enfrentou a abrupta queda de rendimento do pivô David Robinson, deu função de líder a Tony Parker e encaixou perfeitamente no esquema o argentino Manu Ginobili.
6. DON NELSON - Assim como Adelman, faz sua equipe jogar por música. O Dallas Mavericks pode até não ser campeão, mas belisca a perfeição em quase todos os fundamentos. O que mais se pode esperar de Nelson?
7. JERRY SLOAN - Karl Malone e John Stockton ainda estão lá, mas a versão 2003 do Utah Jazz é bem diferente das anteriores. A chegada de Matt Harpring e Mark Jackson fez muita coisa mudar, e o russo Andrei Kirilenko evoluiu a olhos vistos. Tudo isso foi muito bem ajustado pelo veterano técnico.
8. ERIC MUSSELMAN - Em seu ano de estréia, levou o Golden State Warriors a uma performance surpreendente. Acredito que o sucesso teve muito mais a ver com a qualidade de Arenas, Richardson, Murphy e Jamison do que com qualquer espécie de desenho tático. Mas Mussemlan tem seus méritos.
9. PHIL JACKSON - Desta vez, a sabedoria budista foi mais eficiente que os rabiscos na prancheta. O mestre zen do Los Angeles Lakers merece elogios, acima de tudo, por ter conseguido motivar os tricampeões após um início decepcionante.
10. HUBIE BROWN - Contratado como salvador da pátria, não conseguiu levar o Memphis Grizzlies ao playoff. Mas ninguém esperava isso mesmo. Sua façanha foi tornar respeitável (e futuroso) um time que não passava de saco de pancadas.
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Só depois de elaborar a lista percebi que há nove técnicos do Oeste contra apenas um do Leste. Por isso concedo menções honrosas a Byron Scott, Paul Silas, Larry Brown, Isiah Thomas e Doc Rivers.
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(Foto - David Sherman/NBAE)
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