23.12.02



PAUSA PARA AS FESTAS





Como ninguém é de ferro, o site fez um breve recesso para as festas de fim de ano e descansou de 24 de dezembro a 3 de janeiro.

21.12.02



:::: BLOCO DE NOTAS ::::

Todo sábado, um passeio rápido pela liga




K. Malone enfim se vingou de Nowitzki



REVANCHE - Em dois dias consecutivos, caíram as duas últimas equipes que se mantinham invictas em seus domínios. Na quinta-feira, o Sacramento Kings perdeu em casa para o San Antonio Spurs. Ontem, foi a vez do Dallas Mavericks, que recebeu o Utah Jazz e foi derrotado, provando que a vingança é um prato que se come frio. Em 2001, o Dallas de Dirk Nowitzki e Michael Finley, ainda em fase emergente, foi a Utah e eliminou o time de Karl Malone e John Stockton no quinto e decisivo confronto da primeira rodada dos playoffs.

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ESFORÇO - Três meses após um acidente de carro que por um triz não o deixou tetraplégico, DerMarr Johson, armador do Atlanta Hawks, já fala em voltar às quadras. A recuperação vai de vento em popa, mas a séria lesão no pescoço ainda impede que os médicos batam o martelo sobre as possibilidades de retorno. No dia 21 de setembro, Johnson saía de uma noitada quando cochilou no volante e destruiu sua potente Mercedes num poste. O atleta foi arremessado para fora do veículo, que explodiu em seguida.

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FEIO - Como se não bastasse a freqüência assídua nas delegacias da cidade, os jogadores do Portland Trailblazers resolveram levar seu relacionamento com a polícia para dentro da quadra. Ontem, contra o Golden State Warriors, a pancadaria comeu solta ao fim da partida. Quando Rasheed Wallace converteu o arremesso da vitória, Bonzi Wells e Chris Mills, que disputavam um possível rebote no garrafão, começaram a trocar sopapos. Vários atletas entraram na briga e o clima ferveu. Só esfriou com intervenção policial. Chega a dar pena.

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INTRUSO - Pela primeira vez desde que se tornou o maior astro da NBA, Shaquille O'Neal pode começar um All-Star Game no banco de reservas. Culpa da febre chinesa. Yao Ming, do Houston Rockets, já ameaça assumir a vaga de pivô na seleção do Oeste. A diferença atual é pequena, com menos de 10 mil votos. Os titulares são escolhidos por internautas do mundo inteiro e os reservas são convocados pelos técnicos. Se a votação terminasse hoje, o Oeste entraria em quadra com Shaq, Tim Duncan, Kevin Garnett, Steve Francis e Kobe Bryant (o mais votado entre todos os jogadores). No Leste, estariam Ben Wallace, Tracy McGrady, Grant Hill, Vince Carter e Allen Iverson (Michael Jordan e Jason Kidd devem esquentar o banquinho). Anote aí: o jogo, imperdível, acontece no dia 9 de fevereiro, em Atlanta.

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MÃO FURADA - O lance que decidiu a partida de ontem entre Philadelphia 76ers e Los Angeles Lakers mostra bem a fase que os tricampeões atravessam. A batalha, que reeditou a final da última temporada, estava na prorrogação e o Philadelphia vencia por 105-104. Faltavam cinco segundos quando Robert Horry recebeu a bola na linha de três pontos. Com Kobe e Shaq bem marcados, ele conseguiu a proeza de encontrar Rick Fox livre, sozinho, embaixo da cesta. O passe foi perfeito, mas Fox deixou a bola escorregar de suas mãos pela linha de fundo, desperdiçando de forma incrível a chance de obter um resultado importante. Quando a bruxa está solta, não tem jeito. O ano vai terminando e os Lakers seguem com 10 vitórias e 18 derrotas.

20.12.02



RETORNO AZARADO




Bibby: mão quente e pé frio

O pé de Mike Bibby parece saudável, mas nunca esteve tão frio. O armador do Sacramento Kings fez ontem sua estréia na temporada, após um longo período no estaleiro recuperando-se de uma cirurgia no pé direito. Teve boa atuação, com 17 pontos e 4 assistências, acertando 7 de 12 arremessos. Mas deu azar. Frente ao San Antonio Spurs, o time perdeu a invencibilidade em seu ginásio, que já durava 13 jogos.

A derrota em casa certamente teve muito mais a ver com a excelente performance de Tim Duncan do que com a falta de sorte de Bibby. O pivô dos Spurs anotou 23 pontos e apanhou 14 rebotes, seguido de perto pelos 18 pontos do armador Stephen Jackson.

Os Kings também não fizeram feio. Bobby Jackson, que voltou para o banco com o retorno do titular, fez 21 pontos, sendo superado apenas pelo astro maior do elenco, Chris Webber, com 23. No fim, o San Antonio arrancou uma vitória apertada por 83-81.

O tropeço não chega a ofuscar o futuro do Sacramento. Com Bibby em forma, a equipe torna-se uma das mais eficientes da liga e assegura um lugar cativo entre os favoritos ao título. Desde que prove, enfim, sua capacidade de atravessar os playoffs sem sentir o peso dos jogos decisivos.

19.12.02



NAUFRÁGIO VOLUNTÁRIO




O Denver não quis o talento de Posey

Patinando no fundo do poço da NBA, o Denver Nuggets acaba de descobrir, pelo próprio esforço, que o poço tem porão. É lá que o time de Nenê Hilario deve repousar a partir de agora, a julgar pela incrível negociação em que se envolveu ontem com mais duas equipes da liga.

O armador James Posey, um dos raros jogadores de habilidade naquele deserto de talento, foi mandado para o Houston Rockets, que por sua vez repassou o ala Kenny Thomas ao Philadelphia 76ers. E o que o Denver ganhou em troca? Nada. Na verdade, ganhou os alas Mark Bryant e Art Long. Ou seja, nada. Reservas dos reservas no Philadelphia, os dois chegam para "reforçar" a única posição em que o time do Colorado anda bem das pernas, com Juwan Howard, Donnel Harvey e o próprio Nenê.

Completando a transação, os Nuggets terão o direito de uma escolha do 76ers e outra dos Rockets em futuros drafts. O presidente Kiki Vandeweghe se orgulha muito disso, alardeando que a decisão abre uma frente de esperança para os anos seguintes. Ora, vamos cair na real. Essas duas equipes têm ótimos elencos e provavelmente estarão nos próximos playoffs, o que lhes reserva um lugar desconfortável nas últimas posições do processo de seleção dos universitários.

Outro argumento é que a saída de Posey aliviou a folha de pagamento e abriu espaço para novas contratações. O duro é convencer a torcida de que isso realmente vai acontecer. Nenê, a esta altura, deve estar lamentando não ter sido ele o escolhido para sair.

18.12.02



NOVO ÂNIMO EM CHICAGO




Curry e Chandler: em boa companhia

Quando Michael Jordan se foi, o Chicago Bulls despencou nas tabelas e, por conseqüência, passou a freqüentar as primeiras posições da lista de escolhas do draft universitário. Na esperança de incorporar ao elenco calouros capazes de conduzir a equipe de volta aos playoffs, a diretoria fez uma besteira atrás da outra. Vieram Elton Brand, Marcus Fizer, Eddy Curry e Tyson Chandler (sendo que Brand, o único realmente bom, foi negociado com o L.A. Clippers). Além disso, nunca saíram do terreno da ficção os tais reforços de peso que preencheriam o vazio deixado por Jordan e Scottie Pippen na folha de pagamento.

Pois neste ano, justamente quando o time acertou a mão escolhendo o habilidoso armador Jay Williams, os cartolas perceberam que novatos sozinhos não fazem verão. Contrataram o veterano Donnyell Marshall, mantiveram o líder Jalen Rose, acreditaram no técnico Bill Cartwright e o resultado está aí. Acostumado com o rodapé da tábua de classificação, o Chicago largou a lanterna nas mãos do Cleveland e já enxerga a oitava posição do Leste a uma distância razoável.

Claro, é cedo para se falar em playoff, principalmente em se tratando de uma equipe com 8 vitórias e 16 derrotas. Mas que o espírito é outro, não há dúvida. Marshall era o toque de experiência que faltava. Ele e Williams dividem com Rose o peso da responsabilidade. Desde a estréia (quando derrotou os Celtics em Boston) até a partida mais recente (um novo triunfo sobre o mesmo adversário, agora em casa), fica claro que a equipe é bem diferente daquela que vinha envergonhando, nas últimas três temporadas, uma imensa torcida acostumada a comemorar títulos em série. Resta saber se haverá fôlego para continuar a escalada.

17.12.02



PAPÉIS TROCADOS




Nenê Hilario faz o que pode, mas o Denver...

Um dia após Michael Jordan sentir o gosto azedo do fracasso, Nenê Hilario saboreou uma generosa pitada de sucesso. No domingo, contra o Toronto Raptors, o maior jogador de todos os tempos marcou apenas dois pontos, registrando a performance ofensiva mais inexpressiva em seus 15 anos de basquete. Na segunda-feira, contra o Philadelphia 76ers, o pivô brasileiro fez o oposto: anotou 23, a melhor marca de sua curta carreira.

Jordan foi um entrave, mas o Washington Wizards venceu sua partida. Nenê foi um herói, mas o Denver Nuggets perdeu mais uma, a quinta seguida.

Como se não bastasse o elenco medíocre, o Denver ainda tem o azar de estar justamente no Meio Oeste, divisão mais forte da NBA. Ou seja, a tabela prevê mais confrontos com Dallas, San Antonio, Houston, Minnesota e Utah (todos estes entrariam nos playoffs se o campeonato terminasse hoje). Mesmo quando Nenê está afiado, o conjunto põe tudo a perder. Resultado: a rotina de derrotas jogou a equipe na lanterna da conferência.

O Washington, por sua vez, parece desprezar a sorte de jogar no Leste. Mesmo se mantendo na zona de classificação (8º lugar), não consegue ultrapassar Orlando e Philadelphia, que andam mal das pernas. Nas últimas dez partidas, foram seis derrotas. Se Jordan não fizer a diferença, pode acabar ao lado de Nenê, num sofá confortável, assistindo à segunda fase pela televisão.

16.12.02



ZONA PROIBIDA




Wallace defende o homem-a-homem

A cada dia que passa, mais equipes se rendem à marcação por zona. Desde o ano passado, quando o sistema foi liberado, a busca por um arranjo defensivo mais sólido virou do avesso os conceitos de muitos técnicos. Foi assim com Don Nelson no Dallas Mavericks e até com o conservador Pat Riley no Miami Heat.

Mas nem todos entraram na onda. No Detroit Pistons, que se orgulha de ter a melhor defesa do campeonato, impera o homem-a-homem. E não há argumentos que possam derrotar os fatos. O time está no topo da lista dos que concedem menos pontos aos adversários (média de 83.3 por jogo) e exibe no centro de seu garrafão o pivô Ben Wallace, eleito melhor jogador defensivo da última temporada. De quebra, venceu as últimas quatro partidas e já briga pela liderança do Leste.

Wallace não quer saber de novidades. "Gosto das velhas regras", disse esta semana ao jornal Detroit News. "A zona permite que os adversários façam mais arremessos, e eles vão acertar se estiverem sem marcação." O técnico Rick Carlisle concorda: "Um bom sistema individual supera qualquer outro, porque os cinco jogadores ficam em cima da bola o tempo todo. Assim somos nós."

Mais que uma questão de gosto, o assunto desperta polêmica quando se pensa no futuro da NBA. Há quem tema pela diminuição do número de pontos por jogo, já que bons arremessadores são cada vez mais raros na liga. O fato é que a mudança na regra começa a tirar os técnicos do marasmo. Alguns resistirão com sucesso, caso de Carlisle. Mas para escolher de que lado ficar, todos vão ao menos cogitar a mudança, ainda que seja dentro de uma sala fechada, onde ninguém possa vê-los rabiscando as pranchetas.

15.12.02



UMA NOITE, MIL POSSIBILIDADES




O draft e sua festa de gala: porta de entrada da NBA



O jovem LeBron James criou, como há muito tempo não se via, um clima de enorme expectativa para próximo draft da NBA, em maio de 2003 (rolando a página até a crônica de quinta-feira, você encontra mais informações sobre o rapaz, apontado como o próximo fenômeno do basquete). A seleção anual de universitários e estrangeiros, feita em apenas uma noite, é sempre um balaio de surpresas. Dirigentes rezam para que seus calouros vinguem. Nem sempre acontece. É comum favoritos se revelarem farsas e azarões conquistarem a liga. Neste domingo, o REBOTE pede a sua licença para fazer uma breve viagem, com escalas nos melhores momentos da história dos drafts. Divirta-se.





=== Tudo começou em 1957. O primeiro jogador escolhido em um draft foi Rod Hundley, que saiu da universidade de West Virginia para jogar na NBA pelo Cincinnati Royals. Seu estilo inventivo chamava a atenção da torcida, que lotava os ginásios só para ver os malabarismos. Devido a problemas no joelho e à implicância de treinadores burocratas, Hundley jogou por apenas cinco anos.

=== O Portland Trailblazers lamenta até hoje a maior mancada de todos os drafts. Em 1984, o Houston Rockets abriu os trabalhos selecionando Hakeem Olajuwon. Os Blazers, então, optaram pelo fraco e inexpressivo Sam Bowie, que mais tarde cairia no esquecimento. Em seguida, foi a vez do Chicago Bulls, que ficou à vontade para escolher Michael Jordan.

=== Em 1972, os 11 primeiros times ignoraram Julius Erving. O Milwaukee Bucks, dono da 12ª escolha, agradeceu. "Dr. J" tornou-se um dos maiores jogadores da história.

=== De certa forma, o Boston Celtics deve seus últimos títulos a um golpe de sorte no draft de 1978. A equipe era a sexta na ordem de seleção. Blazers, Kings, Pacers, Knicks e Warriors comeram mosca e Larry Bird passou a vestir a famosa camisa verde.

=== Na década de 80, a sorte abençoou o Utah Jazz em dois anos consecutivos. Em 1984, com a 16ª escolha, o time pegou John Stockton. No ano seguinte, com a 13ª, selecionou Karl Malone.

=== Em 1992, ninguém acreditou em Latrell Sprewell. O Golden State Warriors, 24º da lista, aproveitou e incluiu o craque bad boy em suas fileiras.

=== O astro Kobe Bryant poderia estar agora defendendo o Philadelphia, o Toronto ou o Cleveland. Mas em 1996, essas e outras equipes desprezaram o rapaz, que só foi chamado pelo Charlotte, 13º da lista. A direção dos Hornets foi bem na noite do draft, mas estragou tudo logo depois, negociando Kobe com o Los Angeles Lakers.

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As grandes trapalhadas da última década
Nem sempre o craque da universidade mantém o nível na NBA. Por isso os dirigentes vivem se arrependendo de suas cartadas na hora do draft. Para tirar a prova, nem precisamos ir fundo no passado. Os anos 90 viram uma série de decisões desastrosas. Aí vai o ranking:

5º LUGAR - Boston Celtics
O time foi o terceiro da lista em 1997 e pegou o armador Chauncey Billups. Ignorou Tracy McGrady, hoje considerado o melhor ala da NBA, além de Tim Thomas, Bobby Jackson e Derek Anderson.

4º LUGAR - Chicago Bulls
Em 1999, a era Jordan já havia terminado em Chicago e os dirigentes precisavam de um bom calouro para começar a reconstrução da equipe. Optaram por Elton Brand, que acabou não emplacando. Certamente teria sido melhor com Steve Francis, Baron Davis, Lamar Odom, Shawn Marion ou Andre Miller.

3º LUGAR - Golden State Warriors
No topo da lista de 1995, o Golden apostou suas fichas em Joe Smith, quando poderia ter ficado com Kevin Garnett, Michael Finley, Jerry Stackhouse, Rasheed Wallace, Antonio McDyess ou Damon Stoudamire.

2º LUGAR - Los Angeles Clippers
Com a primeira escolha de 1998, o time selecionou o razoável Michael Olowokandi. Deixou passar uma turma que incluía Vince Carter, Dirk Nowitzki, Paul Pierce, Mike Bibby e Jason Williams.

1º LUGAR - Toronto Raptors
O Troféu Didi Mocó de trapalhão-mor vai para o Toronto de 1996. Segundo da lista, pegou o pivô Marcus Camby, que não chega a ser de todo ruim. O problema é que, entre as outras opções, estavam Kobe Bryant, Ray Allen, Stephon Marbury, Steve Nash, Antoine Walker, Shareef Abdur-Rahim e Jermaine O'Neal. Vai escolher mal assim lá no Canadá!

14.12.02



:::: BLOCO DE NOTAS ::::

Todo sábado, um passeio rápido pela liga




Gasol lidera o Memphis e Ming encanta a China



O FATOR HUBIE - Há duas semanas, Hubie Brown interrompeu uma trajetória de sucesso como comentarista de televisão para retomar sua vitoriosa carreira de treinador. O problema é que a reestréia foi justamente no Memphis Grizzlies, que carregava o fardo de ter perdido os oito primeiros jogos. Até vencer o primeiro, Brown perdeu mais cinco enquanto ajeitava a equipe. Mas agora, passados os percalços, parece ter acertado a mão. Escorado na liderança de Pau Gasol (melhor calouro do ano passado) e no talento de Drew Gooden (melhor deste ano, até agora), o time embalou numa série de quatro vitórias seguidas. Phoenix, Miami, Denver e Houston ficaram para trás. Hoje é dia de enfrentar os Mavericks em Dallas. Ou seja: vencer, só por milagre. Mas ninguém se importa. A recuperação já encheu a torcida de orgulho e mostrou que o investimento no técnico valeu a pena.

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VIA SATÉLITE - A China já respira basquete. Com o pivô Yao Ming evoluindo a cada dia, seus conterrâneos estão acordando cada vez mais cedo no outro lado do planeta. Bom para a TV local, que acumula índices históricos de audiência com transmissões dos jogos do Houston Rockets. Para se ter uma idéia, um embate entre duas equipes de ponta geralmente atrai pouco mais de um milhão de espectadores nos Estados Unidos. Nas manhãs chinesas, entretanto, mais de cinco milhões de pessoas grudam na TV para ver Ming ao vivo. À noite, as reprises geram números ainda mais impressionantes: a média supera os 11 milhões. O presidente da NBA, David Stern, pode descansar aliviado: está conquistado o mercado asiático.

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CRISE AMARELA - O clima não anda nada agradável no tricampeão Los Angeles Lakers. Como se não bastasse a campanha irreconhecível (9 vitórias e 14 derrotas), o elenco está em pé de guerra. Tudo por causa da língua afiada de Shaquille O'Neal. A cada fracasso, o pivô bonachão abre o verbo contra os companheiros. No início da semana, o time perdeu para o fraco Golden State Warriors e Shaq evitou os jornalistas: "Não falem comigo. Falem com esses caras que não estão fazendo nada." Como paciência tem limite, os coadjuvantes se cansaram de ouvir calados e partiram para o contra-ataque. "Não é certo dizer que não estamos cumprindo nossa parte", rebateu o veterano armador reserva Brian Shaw. "Quano o time vence e O'Neal ergue seu troféu de MVP, tudo está ótimo. Mas quando a equipe perde, perdemos todo juntos." Se ainda pensa em levar seus garotos ao tetra, o técnico Phil Jackson vai ter de caprichar ainda mais em suas famosas sessões de meditação.

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SUBINDO - As nuvens negras que rondam a Califórnia passam longe do Colorado. Alheios a qualquer espécie de crise, os dirigentes do Phoenix Suns riem à toa. As vitórias fora de casa contra Boston Celtics e Philadelphia 76ers deram ânimo extra para a equipe treinada por Frank Johnson. Até agora, funciona perfeitamente a química entre Stephon Marbury, Anfernee Hardaway e Shawn Marion. Mas a cereja do bolo tem sido o calouro Amare Stoudemire, que joga como gente grande. Nas últimas dez partidas, ele mantém um double-double de média, com 13,8 pontos e 10,5 rebotes.

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DESCENDO - A derrota para o Phoenix foi a quarta seguida do Philadelphia, que até então vinha numa seqüência de oito vitórias. Ao contrário de Shaquille O'Neal, que joga a culpa nos colegas, Allen Iverson assumiu a responsabilidade. "Represento 99% do problema", disse à agência de notícias Associated Press. "Sou o líder da equipe e estou destoando. Acho que não merecia nem receber meu salário." Às vezes, a humildade vem de onde menos se espera.

13.12.02



A ESTRÉIA QUE SE APROXIMA




Odom não vê a hora de jogar

A contratação de Andre Miller na pré-temporada deu ao torcedor do Los Angeles Clippers uma dose generosa de otimismo. Com Elton Brand, Michael Olowokandi e Corey Maggette, o habilidoso armador formaria uma cozinha de respeito para servir o craque Lamar Odom. Ninguém contava, no entanto, que o melhor jogador da equipe estaria até agora na enfermaria. O resultado é uma campanha decepcionante, com nove vitórias e 13 derrotas.

Mas a torcida não precisa se desesperar. O ponto da virada está próximo.

Esta semana, Odom desfilou em quadra um repertório de enterradas, bandejas, arremessos e investidas agressivas no garrafão. Por enquanto, tudo isso só é visto nos treinos. A disposição invejável contrasta com a paciência excessiva da comissão técnica, que se cerca de cautela para evitar o risco de ver seu craque no estaleiro novamente.

A previsão do retorno é para o dia 28 de dezembro, contra o Golden State Warriors. Até lá, Maggette deve estar curado de sua contusão e Michael Olowokandi, que acaba de voltar à ativa, provavelmente estará de volta ao ritmo normal. Caberá a Odom, portanto, a tarefa de fazer a diferença. E disso ele já mostrou ser capaz.

12.12.02



GÊNIO EM FASE EMBRIONÁRIA




LeBron James: certeza de
um futuro brilhante na NBA


Até 1997, quando Tim Duncan deixou a universidade de Wake Forest e ingressou no San Antonio Spurs, o direito à primeira escolha no draft da NBA era quase a certeza de incluir um craque no elenco. Vinha sendo assim nos anos anteriores, com Allen Iverson, Glenn Robinson, Chris Webber, Shaquille O'Neal e por aí vai. A coisa começou a desandar justamente naquele ano, criando uma seqüência decepcionante: Michael Olowokandi (1998), Elton Brand (1999), Kenyon Martin (2000), Kwame Brown (2001) e Yao Ming (2002). São todos, pelo menos por enquanto, "apenas" bons jogadores.

Em 2003, a história vai mudar. Está saindo do forno um novo fenômeno. Anote num papel o nome de LeBron James. E guarde até maio do ano que vem.

Aos 17 anos, ainda no segundo grau e defendendo o colégio St. Vincent/St. Mary, James já conhece seu destino. Será o primeiro escolhido no próximo draft. Não há nada que possa mudar isso. Até aí tudo bem, Yao Ming também despertou previsão semelhante. A novidade é que, faltando cinco meses para a escolha, a imprensa americana não só caiu de quatro pelo garoto como foi praticamente unânime ao lançá-lo como um futuro astro da liga. E as comparações não estão no nível de um Paul Pierce ou de um Ray Allen. Nada de segundo escalão. Fala-se em Kobe Bryant, Tracy McGrady e Michael Jordan.

Dizem que James é melhor que os três juntos (quando tinham 17 anos, claro). A idolatria é quase inacreditável. Os ingressos para as partidas de sua equipe evaporam rapidamente das bilheterias. A mãe do jogador já está conversando com vários empresários. Nike e Adidas já se estapeiam pelo direito de vestir o moleque. E a seleção americana cogita incluí-lo na delegação que vai disputar as Olimpíadas de Atenas em 2004. Deu para sentir o drama?

Para reforçar o mito, ele ainda veste a camisa número 23. Se até nos Estados Unidos os espectadores estão sofrendo com a falta de jogos de James na programação das redes de TV, resta a nós, brasileiros, esperar. E torcer para que tudo isso não seja apenas exagero de americano.

11.12.02



EMPATE NA PENÚLTIMA VALSA




Jordan e Pippen finalmente duelaram

Ao fim da temporada 1997-1998, Michael Jordan e Scottie Pippen comemoraram o último dos seis títulos que conquistaram juntos pelo Chicago Bulls. Depois daquele campeonato, a dupla se separou e muita água passou embaixo da ponte. Jordan se aposentou, voltou à ativa e hoje enverga a camisa 23 do Washington Wizards. Pippen passou rapidamente pelo Houston Rockets e agora defende o Portland Trailblazers.

Os craques tiveram de esperar quatro anos para dividir novamente a mesma quadra de basquete. Já com o peso da idade nas costas, enfrentaram-se pela primeira vez nesta terça-feira. O aguardado confronto terminou num providencial empate técnico, como se o passado de glórias proibisse o triunfo de um sobre o outro.

O Portland venceu a partida, mas quem se importa? No duelo individual, Jordan e Pippen jogaram igualmente bem e terminaram com idênticos 14 pontos. O próximo encontro está marcado para 25 de março. Depois disso, os times só se enfrentarão outra vez este ano se chegarem à final (o que exige um duplo milagre). Como Jordan não voltará na próxima temporada, a dupla deve mesmo dançar a última valsa daqui a três meses. Pena que a partida não possa terminar empatada.

10.12.02



FESTA PARA POUCOS




Davis, Mason e a arquibancada vazia

Em Cleveland, ninguém mais acredita em basquete. O time da casa está sempre afogado em intermináveis seqüências de derrotas. Não há craques para motivar um público cansado de pagar ingresso e não ter motivos para aplaudir. Nesta quinta-feira, os gatos pingados que foram ao ginásio puderam contar aos que ficaram em casa uma notícia boa e uma ruim. A boa é que a equipe marcou inacreditáveis 133 pontos contra o Milwaukee Bucks. A ruim é que, ainda assim, perdeu o jogo.

Com o surreal placar de 140-133, os Cavaliers sofreram sua décima-nona derrota na temporada. Vitórias, até agora, foram apenas três. Mas quem esteve ontem na Gund Arena saiu de lá com mais satisfação do que tristeza. É claro que a derrota não permitiu uma noite de felicidade completa. Mas o show de pontos justificou cada dólar empenhado.

No lado do Cleveland, o ala Ricky Davis marcou 45, recorde em sua carreira. Zydrunas Ilgauskas e o calouro Smush Parker anotaram 20 cada. O também novato Carlos Boozer adicionou 14 e ainda pegou 13 rebotes.

No Milwaukee, o veterano Sam Cassel registrou seu primeiro triple-double em 13 anos de NBA, com 39 pontos, 10 rebotes e 10 assistências. O reserva Michael Redd contribuiu com 35 pontos, enquanto o astro Ray Allen terminou com 28.

Pena que, nas arquibancadas, pouca gente viu essa festa.

9.12.02



A FARRA DOS JACKSONS




Webber recebeu ajuda extra contra os Spurs

Folgado na liderança da divisão do Pacífico, o Sacramento Kings não se abala por nada. Nem pela contusão de um de seus principais jogadores. O armador Mike Bibby ainda nem estreou nesta temporada, mas os torcedores nem chegam a sentir sua ausência. A solução definitiva parece ter sido encontrada no jogo de domingo, quando a equipe derrotou os Spurs em San Antonio: na falta de um Bibby, servem dois Jacksons.

O primeiro deles já vem mostrando talento há muito tempo. O garçom Bobby Jackson assumiu a condição de titular e não deixou a bola cair. Segue servindo Chris Webber, Peja Stojakovic e Vlade Divac com a mesma qualidade. No jogo de ontem, além das assistências, ele marcou 18 pontos.

Mas a principal contribuição veio do colega homônimo, Jim Jackson, que anotou 23 pontos, acertando 10 de 14 arremessos tentados. Contratado na semana passada, o armador veterano, que já passou por nove times da NBA, provou que o investimento valeu a pena.

Webber e Dough Christie completaram a festa dos Jacksons e deram ao Sacramento a uma importante vitória, a sexta consecutiva da equipe. O calendário não prevê moleza: vêm aí Houston, Utah, New Orleans e Phoenix. Mas até lá, com um pouco de sorte, até Mike Bibby já voltou.

8.12.02



ENFIM, JEITO DE CAMPEÃO




Bryant e Horry: noite histórica em LA

Foi uma daquelas noites que entram automaticamente para a galeria dos melhores momentos da história da NBA. Na madrugada de sexta para sábado, quando começou o último quarto em Los Angeles, o Dallas Mavericks liderava com folgados 27 pontos de vantagem. Era o desenho nítido de mais um fracasso dos Lakers. Foi aí que, pela primeira vez nesta temporada, os rapazes de amarelo lembraram que têm uma dinastia a defender.

Nos últimos 12 minutos, o que se viu foi um massacre.

Kobe Bryant, que até ali acumulava míseros seis pontos, resolveu ativar sua porção gênio. Marcou mais 21, sendo que o par derradeiro selou a virada heróica a oito segundos do fim. Shaquille O'Neal colaborou com 26, além de 11 rebotes. Resultado: o placar do quarto período ficou em incríveis 44-15 (no total, 105-103). Atordoado com o atropelamento, o Dallas voltou para casa sem saber de onde vai tirar forças para retomar o caminho das vitórias.

Já o Los Angeles parece ter conseguido o tão esperado impulso para sair das últimas posições e se lançar na caçada ao quarto título consecutivo. Kobe e Shaq ainda imploram por mais ajuda do elenco. Mas não há nada que não possa ser consertado na cozinha de Phil Jackson. E se a locomotiva engrenar, vai ser difícil encontrar alguém que a segure.

7.12.02



:::: BLOCO DE NOTAS ::::

Todo sábado, um passeio rápido pela liga




Pierce e J. Williams: fenômenos de venda



COM QUE ROUPA? - A NBA divulgou esta semana a lista dos uniformes mais vendidos em suas lojas oficiais. Os resultados são surpreendentes. Para começar, a camisa mais procurada desde o início da temporada é a 34 do Boston Celtics, do ala Paul Pierce, batendo os medalhões Allen Iverson, Kobe Bryant e Michael Jordan. Em quinto lugar, outra surpresa: a 22 de Jay Williams, calouro do Chicago Bulls. Em má fase, Shaquille O'Neal só aparece na nona colocação, atrás ainda de Tracy McGrady, Jalen Rose e Reggie Miller. No ranking das equipes, o Los Angeles Lakers lidera as vendas, seguido pelo New York Knicks, que atualmente briga para escapar da lanterna do Leste. O Boston vem em terceiro, provando que a cidade realmente respira (e consome) basquete.

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FORA DA LEI - No centro da cidade de Portland, um sujeito de braços cruzados e cara de poucos amigos exibe uma enorme faixa com os dizeres: "Boicote os Blazers". O protesto reflete a insatisfação da torcida com os jogadores, que não cansam de aprontar fora das quadras. "Queremos um time que possa bater os Lakers, e não bater em mulheres", justifica o torcedor. As mais variadas ocorrências policiais entraram na rotina da equipe. Ruben Patterson é acusado de espancar a esposa. Rasheed Wallace e Damon Stoudamire foram denunciados por porte de maconha. Outro dia, Bonzi Wells deu uma cusparada em Danny Ferry, do San Antonio Spurs. Assim vai o Portland, com oito vitórias, nove derrotas e um elenco que, apesar dos astros, hoje estaria fora dos playoffs.

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NÃO PRECISAVA TANTO - As fracas atuações de Dikembe Mutombo pelo New Jersey Nets foram tema do Bloco de Notas no último sábado. A intenção não era secar o pivô, mas na terça-feira ele fez uma cirurgia no pulso e vai ficar quatro meses de molho. Os reservas Jason Collins e Aaron Williams vão se revezar para substituí-lo. Pensando bem, era melhor ficar com o original. Kenyon Martin, ala-de-força titular, vai ter trabalho dobrado na briga pelos rebotes.

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RETORNO AGUARDADO - Por falar em contusões, dentro de duas semanas Mike Bibby deve finalmente estrear nesta temporada. O armador do Sacramento Kings quebrou o pé há dois meses. O substituto, Bobby Jackson, não vem fazendo feio, mas a torcida não vê a hora de contar com Bibby novamente. Sem ele, o time lidera a divisão do Pacífico com 17 vitórias e cinco derrotas. Imagine quando o garoto voltar. Enquanto isso não acontece, a diretoria tratou de reforçar a armação, contratando o veterano Jim Jackson, de 32 anos.

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GATILHO PROVIDENCIAL - No Utah Jazz de Karl Malone e John Stockton, um coadjuvante de mira impecável está roubando a cena. Matt Harpring vem convertendo metade de seus arremessos de quadra e 44% das tentativas de três pontos. Nos lances livres, a média de acerto supera os 80%. Em todos esses fundamentos, está entre os melhores da liga. A mão calibrada do ala é um dos fatores da subida da equipe, que já ocupa a terceira posição no Oeste, com 12 vitórias e 8 derrotas.

6.12.02



CADA UM NA SUA




Rip e Stack se encontraram esta semana

Quando Jerry Stackhouse e Richard Hamilton trocaram de uniforme na pré-temporada, muito se especulou sobre quem lucraria mais com a negociação. Hoje, quase 20 jogos depois, a disputa está rigorosamente empatada. Stack deu novo gás ao Washington Wizards e Rip fez o mesmo com o Detroit Pistons. Mas por motivos absolutamente opostos.

Os Wizards estavam mesmo precisando de mais um astro para dividir os refletores com Michael Jordan. Stackhouse em quadra significa preocupação dobrada na defesa adversária. É mais um para receber a bola decisiva do jogo.

Com os Pistons, a história é outra. A grande virtude de Hamilton é trabalhar em silêncio. Discreto, ele raramente é a primeira opção ofensiva da equipe. Não quer ser o rei da quadra. Vive passando a coroa, seja para os grandalhões Ben Wallace e Cliff Robinson ou para os baixinhos Chauncey Billups e Chucky Atkins. Pouco visado pelos marcadores, consegue espaço para manter uma média superior a 20 pontos por partida.

Esta semana, os dois times se encontraram em Detroit. Deu Stackhouse. Na vitória por 88-83, ele marcou 21 pontos e Hamilton terminou com apenas 16. Mas não importa. Cada um a seu jeito, ambos já deixaram suas equipes felizes com a troca.

5.12.02



NOVIDADE NA PRANCHETA




Caron Butler: um dos garotos de Riley

Os últimos anos fizeram de Pat Riley um técnico cansado. Acostumado a atravessar playoffs colecionando vitórias, ele parece ter aprendido a conviver com o fracasso à frente do limitado Miami Heat. Nesta temporada, sem Alonzo Mourning, o quadro tinha tudo para piorar. Foi justamente aí que o velho estrategista decidiu aposentar a preguiça.

Talvez por capricho da numerologia, o Miami selecionou no draft dois jogadores de sobrenome Butler: Caron e Rasual. O primeiro já é apontado como um dos melhores calouros do ano e o segundo tornou-se uma excelente opção no banco de reservas. Em seu segundo ano de NBA, a dupla Malik Allen e Mike James também mostra serviço.

A qualidade dessa garotada ainda não é suficiente para devolver ao técnico a alegria dos bons tempos. Mas vem servindo ao menos para tirá-lo da inércia. Disposto a reduzir a média de pontos cedidos ao adversário, Riley fez o impensável: alterou seu sagrado esquema defensivo, mantido intacto há duas décadas. Na segunda-feira, contra o Phoenix Suns, ele se rendeu à marcação por zona.

Deu certo. O efeito ficou claro na vitória por 100-90. Stephon Marbury, que havia marcado 43 pontos contra o San Antonio Spurs, não encontrou espaço no garrafão do Heat. Riley ficou satisfeito com a nova estratégia. "Ainda acredito que é possível ganhar jogos com marcação individual, mas precisamos ter algo para surpreender", disse à imprensa atônita.

O espanto se justifica. Surpeendente mesmo é a nova linha transgressora de um dos técnicos mais rígidos e conservadores da liga.

4.12.02



REVOLUÇÃO CHINESA




Yao Ming jogou o fino ontem

Ainda não foi desta vez que os brasileiros puderam conferir Nenê Hilario em ação. Ontem à noite, o pivô marcou 11 pontos e foi eliminado com seis faltas na derrota do Denver Nuggets para o Golden State Warriors. Hilario na telinha, entretanto, só em janeiro (isso se a ESPN cumprir suas promessas). Ainda assim, o jogo da TV não decepcionou ninguém nesta terça-feira.

Quem encarou a jornada até 2h da manhã saboreou uma oportunidade de ouro para ver o chinês Yao Ming colocando no bolso, de uma só vez, os grandalhões Tim Duncan, David Robinson e Kevin Willis. O gigante do Houston Rockets foi decisivo na vitória sobre o San Antonio Spurs, com 27 pontos e 18 rebotes.

O clássico do Texas mostrou que, se tudo der certo, Ming tem futuro garantido na América. Apesar da altura fora do comum, ele se move com desenvoltura no garrafão, contribui ofensivamente e, claro, apanha rebotes com a facilidade de uma girafa colhendo frutos na árvore.

Toda essa eficiência vale em dobro se notarmos que Duncan não jogou mal. O ala dos Spurs marcou 25 pontos e ainda contou com a valiosa ajuda de Robinson e Willis. O esforço do trio não foi capaz de frear a disposição do chinês. Depois de um pífio começo de temporada (quando saiu de quadra zerado em três ocasiões), Ming já caiu nas graças do público e da crítica. A NBA, com o olho gordo no mercado oriental, agradece aliviada.

3.12.02



GATO POR LEBRE




Darius Miles se afunda em Cleveland

Los Angeles Clippers e Cleveland Cavaliers protagonizaram uma das trocas mais comentadas da pré-temporada: Andre Miller e Darius Miles mudaram de uniforme sob grande expectativa. Desde então, comenta-se bastante sobre os benefícios da ida de Miller para L.A., Mas pouco se fala da catástrofe detonada na outra ponta da negociação. Com Miles e tudo, os Cavs não vencem há 15 partidas. Empunham, envergonhados, a lanterna da NBA.

Até agora, foram apenas duas vitórias. Uma, sobre o atual campeão, o Los Angeles Lakers. A outra, fina ironia, justamente contra os Clippers. O par de triunfos, entretanto, não esconde as mazelas de um time medíocre. Festejado por parte da imprensa, Darius Miles não passa de um bom jogador. Está a léguas de Andre Miller, este sim promessa de grande craque. Ao seu lado, gente como Jumaine Jones, Dajuan Wagner e Milt Palacio, como era de se esperar, não vem ajudando muito.

Mas há um fio de luz nos meio das trevas de Cleveland. Os próximos dois jogos da equipe são contra o Chicago Bulls, segundo pior time de toda a liga. Será uma chance em casa (quarta-feira) e outra fora (sábado). Se a rapaziada não der fim à seqüência de derrotas, o melhor a fazer é pedir o chapéu e partir para as peladas de rua.

2.12.02



BATALHA ENTRE AMIGOS




Allen e Robinson se reencontram na quinta


Uma trombada com Shaquille O'Neal, há uma semana, mandou Ray Allen para a enfermaria do Milwaukee Bucks. Sem ele, a equipe conseguiu um triunfo maiúsculo sobre o Detroit Pistons, igualando em 8 o número de vitórias e derrotas.

Se tudo der certo, Allen retorna ao trabalho nesta quinta-feira prometendo impulsionar ainda mais um time que já ensaia a subida na conferência Leste. O jogo da volta, no entanto, não deve ser nada fácil. Do outro lado da quadra, estará o amigo Glenn Robinson, que agora defende o Atlanta Hawks. A imprensa americana bem que tentou, mas o ala dos Bucks não parece disposto a entrar no clima de provocação. "Não vão conseguir nada de mim. Vou deixar a situação tomar seu rumo naturalmente", despistou, em entrevista ao jornal Milwaukee Sentinel.

Ray Allen não é de procurar holofotes. Fica na dele, sereno, e joga um basquete de altíssimo nível. É um dos atletas mais versáteis da liga, mas precisa de um companheiro para ajudá-lo a carregar a equipe. Um companheiro como Glenn Robinson. Juntos, os dois levaram o Milwaukee à final do Leste em 2001. Há dois meses, o parceiro se foi e para o seu lugar veio o croata Toni Kukoc. O jogo de quinta-feira pode mostrar a Allen o quanto injusta foi essa troca.

1.12.02



LÁ VEM O PHILADELPHIA...




Eric Snow e Todd MacCulloch anulam Brendan
Haywood no jogo contra o Washington Wizards



Na semana em que Larry Brown foi anunciado como o técnico da seleção americana para as Olimpíadas de Atenas, o Philadelphia 76ers parece empenhado em deixá-lo ainda mais feliz. A equipe arrancou ontem, em Washington, sua sétima vitória consecutiva, segurando firme a liderança da divisão do Atlântico e a segunda posição da conferência Leste, atrás apenas do Indiana Pacers.

Obviamente, o grande responsável por tudo isso é Allen Iverson, que, na média, vem beliscando os 30 pontos por jogo. Ontem, foram 35. Mas o sucesso do craque se escora numa legião de coadjuvantes. Eric Snow, velho companheiro na armação, segue contribuindo com pontos e assistências. Foi o segundo cestinha da vitória sobre os Wizards, com 16 pontos. Em seguida, com 13, veio o pivô Todd MacCulloch, que chegou desacreditado, após a troca com Dikembe Mutombo, mas aos poucos ganha a confiança da torcida.

O ala Keith Van Horn, principal reforço para este campeonato, tem correspondido plenamente, aumentando o poder ofensivo do time. O mesmo vale para Aaron McKie, armador veterano que prima pela regularidade.

A fase é boa, claro, mas os próximos desafios são indigestos. Vêm por aí Boston, San Antonio, Houston, Seattle, Phoenix e Indiana. Para encarar essa seqüência, haja Larry Brown, haja coadjuvantes e, principalmente, haja Iverson.

30.11.02



:::: BLOCO DE NOTAS ::::

Todo sábado, um passeio rápido pela liga




Mutombo decepciona e Martin surpreende



INVESTIMENTO INÚTIL - Após um começo de temporada um tanto decepcionante, os torcedores do New Jersey Nets se perguntam: o que está havendo com Dikembe Mutombo? O principal reforço do time ainda não mostrou a que veio. Pior, vem dando seqüência a um processo de declínio que começou ano passado, ainda no Philadelphia 76ers. As médias de pontos, rebotes e tocos por partida incluem o afamado pivô no escalão intermediário da liga, abaixo de veteranos decadentes como David Robinson, do San Antonio Spurs. Enquanto isso, o New Jersey, cotado para liderar o Leste com folga, segue constrangido na sexta posição, com 10 vitórias e seis derrotas.

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PRATA DA CASA - Já que Mutombo não acerta, Kenyon Martin passou a dar as cartas no garrafão dos Nets. Com Richard Jefferson no time titular, ele foi obrigado a pular da ala-de-ligação para a ala-de-força, onde jogam grandalhões invocados como Chris Webber e Kevin Garnett. Prevendo confrontos mais difíceis, Martin tratou de cuidar do físico, aproveitando a pré-temporada para caprichar na musculação. Ganhou massa muscular e agora vive a melhor fase de sua carreira.

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AGORA VAI? - Michael Jordan anunciou esta semana que vai pendurar o tênis ao fim do campeonato. A promessa já está virando um clichê surrado, mas parece que desta vez é para valer. O melhor jogador da história parece ter ouvido o recado das quadras, que discretamente sugerem sua aposentadoria. Disposto a gastar até a última gota de talento, Jordan não quer mais saber de se poupar. Para o jogo de sábado, contra o Philadelphia 76ers, abandonou a condição de reserva de luxo e se auto-escalou com o titular pela primeira vez na temporada.

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BRUXA SOLTA - Realmente, a maré não anda boa para o Los Angeles Clippers. A contratação do talentoso Andre Miller poderia colocar a equipe na briga por uma vaga nos playoffs, mas a maldição das contusões está estragando os planos. Lamar Odom, estrela da companhia, ainda nem estreou. Elton Brand e o próprio Miller ficaram ausentes nos primeiros jogos. Agora é a vez de Corey Maggette, que deve entrar na faca nos próximos dias. Uma atroscopia no joelho direito vai deixá-lo quase dois meses no estaleiro.

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TROCA À VISTA - Segunda-feira vai ser um dia de mudanças em Nova York. Essa é a data limite para os Knicks usarem uma espécie de indenização no valor de US$ 4,5 milhões, fruto da contusão de Antonio McDyess, que foi trocado com o Denver Nuggets mas se machucou e está fora da temporada. No complicado jogo dos bastidores da NBA, o dinheiro tornaria mais fácil uma negociação sem ferir o teto salarial da equipe. A intenção é contratar um reforço e mandar Latrell Sprewell para bem longe. O problema é que a fama de bad boy do ala tem dificultado a caça aos pretendentes. Resta esperar para ver.

29.11.02



ESTRAGANDO A FESTA




Com 28pts, O'Neal despachou o Dallas

Um confiante Dallas Mavericks visitou a cidade de Indianapolis na noite de quinta-feira disposto a registrar em seu nome o melhor começo de temporada de todos os tempos na NBA. Escorado numa invencibilidade de 14 jogos, o recorde dependia de apenas mais uma vitória. O problema foi a má-vontade dos Pacers.

Os nomes de Dirk Nowitzki, Michael Finley e Steve Nash já estavam rascunhados no caderninho da história da liga, mas foram devidamente apagados pela turma liderada por Jermaine O'Neal e seus 28 pontos. Além dele, mais cinco jogadores marcaram em dígitos duplos, e o Indiana venceu por 110-98. Típica atuação estraga-prazer.

O time de O'Neal não chega a ser brilhante, mas tem sido arrasador neste início de campeonato. Devido a uma contusão, Reggie Miller só pôde estrear na semana passada. Até então, quem deu conta do recado foi um punhado de jogadores medianos como Ron Artest, Brad Miller, Jamaal Tinsley, Ron Mercer e Erick Strickland. Contando o triunfo que fez desmoronar o sonho do Dallas, já são 12 vitórias e apenas duas derrotas.

Louros para Isiah Thomas, que segue lutando por uma vaga na elite dos técnicos americanos. Gênio dentro da quadra, comandou os bad boys do Detroit Pistons nos anos 80. Fora dela, ainda busca reconhecimento. Pelo visto, pode conseguir ainda este ano.

28.11.02



UM RECORDE QUE NINGUÉM QUER




Harvey e Satterfield: apenas três pontos
no primeiro período contra o San Antonio


Na terça-feira, o Denver Nuggets recebeu o forte San Antonio Spurs e conseguiu um feito importante: venceu sua terceira partida consecutiva. No dia seguinte, os times se reencontraram para um tira-teima, desta vez no Texas. Então, mais que um feito, o Denver fez história. Mas não como gostaria.

A equipe anotou apenas três pontos no quarto inicial, contra 21 dos Spurs, que venceram o jogo por 99-68. Nunca houve atuação tão pífia em um primeiro período.

O armador Kenny Satterfield abriu o placar para os Nuggets, mas tudo o que os visitantes conseguiram além disso foi um mísero pontinho de Donnell Harvey. Começaram o segundo quarto com números de timinho: oito bolas desperdiçadas, um arremesso certo e 15 fora do alvo. Ou seja, a parada já estava decidida a favor do San Antonio. No decorrer da partida, o drama só se agravou. Para completar a noite infeliz, o ala Juwan Howard, líder do grupo, deixou a quadra zerado.

Apesar do lamentável episódio, é evidente a evolução do Denver nas últimas semanas. Muito disso se deve ao próprio Howard, que começou a temporada contundido e aos poucos volta à velha forma. O mais curioso é que o brasileiro Nenê Hilario vinha se apresentando bem nas derrotas e caiu de rendimento justamente nas recentes vitórias, marcando menos pontos e apanhando poucos rebotes. Quem sabe ele reencontra o caminho até janeiro, quando a ESPN promete transmitir jogos dos Nuggets para o Brasil.


ORDEM NA CASA, URGENTE




Jordan está disposto a jogar por mais tempo

Aos 39 anos, Michael Jordan percebeu que não pode deixar seus garotos sozinhos. A estratégia de botar a rapaziada para suar enquanto poupa sua musculatura no banco de reservas mostrou-se um fracasso. O melhor jogador de todos os tempos, humildemente, vem passando boa parte dos jogos fora da quadra. A intenção era se poupar para os playoffs, mas a julgar pela campanha do Washington Wizards neste início de temporada, a próxima fase parece um sonho improvável. Com seis vitórias e oito derrotas, o time é o décimo colocado na conferência Leste.

Diante deste quadro dramático, Jordan resolveu entrar em cena.

Integrar o time titular ainda não está nos planos do jogador, mas esta semana ele veio a público e declarou que está disposto a participar mais das partidas. "Sinto-me muito bem fisicamente", disse ele a agência de notícias Associated Press. "Se os meninos não começarem logo a mostrar suas qualidades, vocês devem me ver em quadra com mais freqüência".

Beirando as quatro décadas de vida, não se pode esperar que Jordan assuma o papel de salvador da pátria, como fazia nos áureos tempos de Chicago Bulls. Mas sua disposição é um bom sinal para os Wizards, que ainda penam para fazer funcionar a química entre os talentosos Jerry Stackhouse, Larry Hughes e Kwame Brown.

A equipe vem numa série de quatro derrotas consecutivas, sendo a penúltima delas para o Memphis Grizzlies, que não havia vencido uma vez sequer. No jogo seguinte, em casa contra o Indiana Pacers, Jordan foi o cestinha com 28 pontos. O retorno de Reggie Miller, no entanto, foi o suficiente para garantir o triunfo dos visitantes.

De qualquer forma, já fica clara uma postura diferente que, com um pouco de sorte, pode ser o empurrão que faltava ao Washington para engrenar no campeonato.

26.11.02



OS TIRAS NA COLA DO CRAQUE




Iverson se diz ameaçado pela polícia

Philadelphia está em festa. Afinal, Allen Iverson começou a temporada endiabrado, e o reconhecimento veio rápido. Ontem, ele foi eleito o melhor jogador da semana na conferência Leste. Nas últimas quatro partidas, sua média de pontos beirou os 35. Performance de MVP. Tudo leva a crer que o período é de felicidade absoluta. Puro engano. Nem mesmo a permanência nos 76ers até o fim do campeonato é certa. E desta vez o técnico e xerife Larry Brown não tem nada a ver com a história.

A encrenca de Iverson, para variar, é com a polícia.

Nos últimos dias, o jogador resolveu soltar o verbo para a imprensa local e se disse ameaçado. "Quero ficar na cidade, mas tenho medo", revelou ao jornal Daily News. "Se um tira sem caráter me quiser morto, posso aparecer morto qualquer dia desses". As ameaças estariam relacionadas à mais recente prisão do atleta. Em julho, ele foi acusado de expulsar a mulher de casa e, mais tarde, invadir um apartamento à procura dela.

O fato não chegou a espantar ninguém, já que Iverson é velho freguês de delegacias. O problema é a suposta perseguição dos policiais, mesmo depois de o caso ter sido arquivado. Enquanto alguns integrantes da corporação são investigados internamente, o craque não tem muito o que fazer. Segue jogando o fino no território onde se sente mais seguro: a quadra de basquete.

25.11.02



BENDITA RETRANCA




Nash é uma peça fundamental no esquema de Harris


Que o Dallas Mavericks tem um ataque de fazer inveja a qualquer time da NBA, todo mundo já sabe. Mas o poder de fogo de Dirk Nowitzki, Michael Finley e Steve Nash não é o único fator responsável pelo início devastador nesta temporada. Por trás das 13 vitórias da equipe (a única invicta na liga) está um homem que não toca na bola, mas faz milagres rabiscando uma prancheta. Del Harris, assistente do técnico Don Nelson, pensa o tempo todo em (acreditem!) defesa.

Quem acompanha o basquete americano deve se lembrar de Harris à beira da quadra, comandando um confuso Los Angeles Lakers, já com Kobe Bryant e Shaquille O'Neal, mas ainda sem títulos. Diante dos fracassos, o treinador ficou marcado na Califórnia. Hoje, é louvado pela imprensa do Texas por traçar a eficiente estratégia defensiva dos Mavericks. O segredo? Pasmem mais uma vez: marcação por zona.

Para quem reclama que o resto do mundo não acompanha os Estados Unidos por, entre outras coisas, resistir à adoção do combate individual, a lógica foi subvertida. No ano passado, a NBA liberou o sistema de zona, mas ninguém ousou implantá-lo definitivamente. Até que Harris assumiu a prancheta do Dallas. O time passou a deixar de lado o homem-a-homem e os resultados foram impressionantes.

A média de pontos concedidos ao adversário caiu de 97,2 em 2001-2002 para 89,1. O mesmo aconteceu com o índice de acerto de arremessos dos rivais (45,7% para 40,7%). As roubadas de bola aumentaram de 6,9 para 8,9 por jogo, e a média de tocos subiu de 4,8 para 5,1. A numeralha deságua na brilhante campanha invicta. Ano passado, cinco dos 13 primeiros jogos terminaram em derrota.

Nowitzki, Finley, Nash & cia. têm esta semana dois desafios indigestos, na estrada, contra Pistons e Pacers. Passando por eles, vão depender de uma simples vitória em casa contra o fraco Chicago Bulls para bater o recorde de melhor começo de temporada na história da NBA. Feito que colocaria o nome de Del Harris, fracassado em Los Angeles, na história do basquete.

21.11.02



CÃO FEROZ NO GARRAFÃO




Wallace bloqueia o astro Kevin Garnett

Dez tocos em um jogo. Foi com essa marca impressionante que Ben Wallace deixou a quadra ontem à noite após a vitória do Detroit Pistons (86-79) sobre o Miami Heat. O ala anotou ainda 12 pontos e 19 rebotes, o que configura um triple-double, mas isso virou uma questão menor diante da incrível dezena de bloqueios. É provável que, a partir de agora, os adversários pensem duas vezes antes de correr em direção à cesta. A prudência manda priorizar os arremessos de fora.

Para se ter uma idéia, a média do líder em tocos na liga, Theo Ratliff, não passa de quatro por partida. Wallace também está entre os melhores na estatística, mas sua performance de ontem foi absolutamente assustadora. Triple-doubles geralmente se baseiam em pontos, rebotes e assistências. Mas o passe não é o forte do ala dos Pistons. O negócio dele é proteger o garrafão, seja recuperando arremessos perdidos ou expulsando intrusos abusados.

É este ímpeto ofensivo que mantém o Detroit nas primeiras colocações do Leste, com nove vitórias e três derrotas. Raramente os rivais marcam mais de 80 pontos. Talvez por medo da fera que toma conta da casa.

20.11.02



O DOCE LAR DOS HORNETS




Até agora, tudo é festa em N. Orleans

Dizem que o basquete nunca chegou a incendiar Charlotte. Enquanto os Hornets estavam por lá, não parecia ser grande vantagem jogar na cidade, diante de um público que raramente se animava. Com a mudança da equipe para New Orleans, os jogadores finalmente começaram a se sentir em casa. E estão retribuindo à altura. Neste início de campeonato, o novo ginásio ainda não viu uma derrota sequer do time comandado por Baron Davis, Jamal Mashburn e David Wesley.

Tudo bem que na pré-temporada os Hornets abriram o novo lar com três derrotas. Serviu como treino. Desde que a briga passou a ser para valer, já são sete vitórias acumuladas. Algumas eletrizantes, como a de ontem, frente ao Philadelphia 76ers. A equipe perdia por um ponto e Mashburn errou um arremesso nos segundos finais. Seria o fim da invencibilidade se Wesley não tivesse se enfiado no meio dos grandalhões para apanhar o rebote e fazer a cesta decisiva, fazendo explodir a festa de uma torcida que já está ficando mal acostumada.

Para dar prosseguimento à série em novembro, basta passar por New York, na sexta-feira, e Atlanta, na próxima quarta. No começo do mês que vem, os visitantes serão Toronto, Houston e Los Angeles Cilppers. Pensando bem, nada muito difícil. Em seguida, vem uma turnê de sete jogos na estrada, contra times da conferência Oeste. Na volta para casa, um dia depois do Natal, quem sabe ainda invicta, a arena de New Orleans recebe o Dallas Mavericks, com todos os indícios de um embate grandioso.

19.11.02



ENFIM, UMA SELEÇÃO DE VERDADE




McGrady é nome certo nas Olimpíadas

Argentinos e iugoslavos, guardem a euforia na gaveta. Ao que tudo indica, a elite da NBA estará em Atenas para disputar as Olimpíadas de 2004. O fiasco no Mundial deste ano ligou o sinal de alerta e mostrou que os americanos já não podem apenas brincar de basquete em competições internacionais como faziam antigamente. A resposta veio ontem, em conjunto: Jason Kidd, Tim Duncan, Tracy McGrady e Ray Allen confirmaram que estão dispostos a reforçar a seleção. Kobe Bryant ainda não bateu o martelo publicamente, mas se mostrou animado em entrevistas recentes.

Com seus principais atletas em quadra, os Estados Unidos praticamente garantem a medalha de ouro. O astro mais aguardado, no entanto, parece cada vez mais distante. Shaquille O'Neal já disse que só joga sob o comando de seu técnico no Los Angeles Lakers, Phil Jackson. Mas o favorito para treinar a equipe é Larry Brown, do Philadelphia 76ers, nomeado mês passado para o Hall da Fama.

"Brown será o técnico? Estarei com uma dor no joelho em 2004", disse Shaq, o rei da ironia, à agência de notícias Associated Press. "Se Phil não for o treinador, não vou jogar com essa dor. Mas Brown é um grande sujeito, já fez muito pelo esporte e eu lhe desejo sucesso".

Para a tristeza do pivô, o próprio Jackson parece conformado em não ir à Grécia. "Fui perguntado se aceitaria o cargo e disse que sim. Mas não ficarei desapontado", declarou.

18.11.02



GIGANTE ACORDANDO




Ming colhe frutos após começo difícil

A tal paciência chinesa já estava se esgotando no outro lado do mundo. Depois de um começo decepcionante, Yao Ming parece disposto a engrenar. O pivô que deixou a China para tentar a sorte na NBA apanhou nos primeiros jogos, mas suas últimas atuações foram o bastante para despertar o orgulho vermelho em seu país e encher de esperança o torcedor do Houston Rockets. Ming era a peça que faltava na engrenagem comandada pelo craque Steve Francis, que vive o auge de sua carreira.

Francis vem jogando quase no mesmo nível de grandes astros da liga como Allen Iverson, Tracy McGrady e Kobe Bryant. Amadurecido em sua quarta temporada, atingiu a média de quase 30 pontos e oito rebotes por partida. Conta com a ajuda do também armador Cuttino Mobley, do pivô Kelvin Cato e da dupla de alas Kenny Thomas e Eddy Griffin, que barrou os badalados Glenn Rice e Maurice Taylor. Por causa dessa turma, o Houston já é o quinto melhor do Oeste, deixando para trás medalhões como San Antonio Spurs, Portland Trailblazers e Los Angeles Lakers.

Se Ming realmente pegar o ritmo, podem escrever, teremos um time enjoado nos playoffs. No último jogo, contra os Lakers, o pivô marcou 20 pontos e não errou um arremesso sequer dos nove que tentou. Para quem já saiu de quadra zerado duas vezes este ano, a evolução é notável. Com um bilhão de compatriotas torcendo à distância, o gigante mostra que só está começando.

17.11.02



O PEQUENO QUE INCOMODA




Richardson se destaca no Golden State

Não se fazem mais sacos de pancada como antigamente. O Golden State Warriors, tradicional café-com-leite da NBA, continua lá no pé da tabela, mas resolveu aprontar algumas neste início de temporada. Vem fazendo graça desde a estréia, quando derrotou o San Antonio Spurs de Tim Duncan.

A última vítima foi o afamado Orlando Magic, que no sábado levou uma enfiada histórica, 135-92. Parece ilusão de ótica, mas o amigo pode fazer o cálculo: foram 43 pontos de diferença. Não houve espaço para Tracy McGrady e Grant Hill. O astro da noite foi o desconhecido Troy Murphy, que marcou 24 pontos e pegou 12 rebotes.

Na partida anterior, sexta-feira, o Golden assustou os Lakers em Los Angeles. A vitória do time de Kobe Bryant só veio na prorrogação. Sacramento Kings, Dallas Mavericks e New Orleans Hornets também penaram para derrotar um time que até ano passado era sinônimo de fracasso.

Murphy é um dos maiores responsáveis pela mudança do quadro. Sempre contribuindo ofensivamente, o ala forma uma boa dupla com o astro da equipe, Antawn Jamison. Jason Richardson, em seu segundo ano na liga, evoluiu a olhos vistos e vem fazendo a diferença. De quebra, joga um basquete vistoso que encanta a torcida. Completam o plantel os competentes Erick Dampier e Gilbert Arenas.

Os Warriors ainda estão longe da pretensão de chegar aos playoffs, mas já se mostraram dispostos a incomodar muita gente e roubar dos medalhões vitórias preciosas que podem custar caro mais tarde.

16.11.02



:::: BLOCO DE NOTAS ::::

Todo sábado, um passeio rápido pela liga







Hardaway e Marbury comandam o Phoenix




OLHO NELES - Como quem não quer nada, o Phoenix Suns venceu suas últimas quatro partidas e começou a escalar a tabela do campeonato. Já é o terceiro melhor na forte conferência Oeste. Para chegar lá, passou por cima de bons times como Portland Trailblazers e Atlanta Hawks. As derrotas foram compreensíveis, para Seattle, Dallas e Detroit. Méritos para o trio Stephon Marbury, Penny Hardaway e Shawn Marion, além do excelente calouro Amare Stoudamire, o mais jovem atleta da história do clube, que vem surpreendendo em seu primeiro ano.

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SPREE DESCARTADO - Menos de uma semana após o anúncio de uma possível troca entre Latrell Sprewell e Jalen Rose, o homem forte do basquete de Chicago botou água no chope: Jerry Krause não está disposto a abrir as portas de seu time para o encrenqueiro ala do New York Knicks, que voltou de contusão esta semana. Apesar da desconfiança quanto ao futuro de Rose na equipe, o dirigente acha que Spree só traria problemas para os Bulls. Segundo uma fonte do jornal Chicago Sun-Times, Krause está negociando a saída de dois outros jogadores: Marcus Fizer, relegado a segundo reserva após a entrada do calouro Lonny Baxter, e Jamal Crawford, que esquenta o banco enquanto o novato Jay Williams enche os olhos da torcida.

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FIASCO SEM SHAQ - Haja budismo para manter o temperamento zen do técnico Phil Jackson. Sem Shaquille O'Neal, o Los Angeles Lakers consiste na ilha Kobe Bryant cercada de cabeças-de-bagre por todos os lados. Resultado: atuações dignas de time pequeno. Até agora, foram três vitórias e seis derrotas, quadro impensável para o atual tricampeão. O último triunfo, que interrompeu uma série de quatro fracassos, foi em casa, contra o Golden State, na prorrogação. Só isso já dá uma idéia do drama. Shaq deve voltar na próxima sexta-feira, quando a equipe recebe o Chicago Bulls, ex-time de Jackson. O técnico espera que o pivô faça a diferença e lhe ajude a manter sua calma inabalável.

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NENE NA TELA - A filial brasileira da ESPN Internacional promete brigar com a matriz americana para incluir partidas do Denver Nuggets na grade de programação. O pedido já foi feito, resta aguardar a resposta. Com Nene Hilario jogando bem (ainda que num time péssimo), cresce por aqui a vontade de ver uma partida inteira do Denver, e não apenas lances isolados em um ou outro telejornal.

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COINCIDÊNCIA - Foi só a imprensa americana anunciar a possibilidade (ainda remota) de Tim Duncan se transferir para New Jersey no próximo ano, e o ala titular dos Nets, Kenyon Martin, quebrou o nariz no jogo contra o Miami Heat. Com Duncan na equipe, Martin ficaria relegado à condição de reserva de luxo e jogaria pouco tempo. Quadro frustrante para um jogador que tem evoluído a cada temporada.

15.11.02



TORRE EM NOVA PAISAGEM




Tim Duncan pode turbinar o N. Jersey


Jason Kidd e Dikembe Mutombo fazem do New Jersey Nets um time de respeito. Os coadjuvantes Kerry Kittles, Richard Jefferson e Kenyon Martin reforçam a confiança da equipe para conquistar novamente o título da conferência Leste. Não satisfeita com isso, a diretoria pensa grande e já articula, para a próxima temporada, uma contratação daquelas que fazem o chão tremer.

Tim Duncan, o melhor ala-de-força da liga, pode estar a caminho.

Quem levantou a possibilidade foi o jornal New York Post, na edição de quinta-feira. O próprio Duncan, hoje no San Antonio Spurs, reconheceu que adoraria dividir a liderança dos Nets com Kidd. "Se realmente houver a chance de jogar com ele, será uma ótima oportunidade", disse o ala, que ganha passe livre ao fim deste campeonato.

Duncan sabe que seu parceiro David Robinson vai se aposentar, fato que tornaria quase impossível o objetivo de ganhar mais um título. Ao lado de Kidd, ele comandaria uma equipe realmente capaz de ameaçar a dinastia do Los Angeles Lakers.

Por enquanto, tudo está no delicado terreno das especulações. O próprio ala sabe que a transferência exigiria negociações complexas, envolvendo outros jogadores. "As pessoas ainda vão falar muito disso, não tem jeito", admite. Mas não custa sonhar. Se por um lado a troca jogaria os Spurs no limbo, por outro devolveria à NBA o bom e velho sentido de competição, ausente desde que Kobe Bryant começou a se entender com Shaquille O'Neal.

13.11.02



COMENDO PELAS BEIRADAS



Artest tem sido crucial para os Pacers

Antes do início da temporada, ninguém dava nada pelo pobre Indiana Pacers. Quando o assunto era a disputa no Leste, só se falava em New Jersey, Detroit, Orlando, Washington, Atlanta...

Pois mesmo sem a ajuda de Reggie Miller, contundido, os rapazes de Indianapolis vêm botando todos os concorrentes no bolso. Já ocupam o topo da conferência, com seis vitórias e apenas uma derrota.

E pensar que o combustível para esta improvável arrancada viria de dois jogadores que, até pouco tempo, sofriam com a lanterna da NBA. Boa parte do sucesso dos Pacers se deve às boas atuações de Ron Artest e Brad Miller, adquiridos ano passado na negociação que mandou Jalen Rose para o Chicago Bulls. Enquanto Reggie não volta, são eles que comandam a equipe, com a valorosa ajuda do pivô Jermaine O'Neal.

A subida de produção também pode ser creditada à surpreendente melhora dos armadores Jamal Tinsley e Erick Strickland, que começaram jogando abaixo da crítica mas, de uma hora para a outra, passaram a comer a bola.

E assim vai o Indiana, aproveitando que a tabela lhe reservou adversários medianos neste início de campeonato e fazendo o dever de casa enquanto aguarda o retorno de sua estrela maior. Na próxima semana, chegam as primeiras pedreiras. Minnesota, Orlando, Detroit e Dallas estarão pelo caminho. São boas oportunidades para conferir se a largada promissora pode render frutos mais adiante.

12.11.02



DE MALAS PRONTAS?




Sprewell e Jay Williams: juntos em breve?

Os resultados ainda não são de gente grande, mas ninguém contesta a evolução do Chicago Bulls em relação à equipe que vinha patinando na lama nos últimos anos. No fim de semana, contra o temido New Jersey Nets, o calouro Jay Williams se recusou a baixar a cabeça para o all-star Jason Kidd: fez um triple-double e levou o time a uma vitória maiúscula. Foi a terceira neste início de campeonato. Para reforçar o otimismo da torcida, tudo indica que a cereja do bolo ainda está por vir.

Integrantes da diretoria garantiram à imprensa local que o ala do New York Knicks Latrell Sprewell está a um passo de vestir a camisa dos Bulls.

Sem jogar desde a pré-temporada, quando quebrou a mão numa briga durante um passeio de iate, Spree deve estar pronto para entrar em quadra na próxima semana. Mas dificilmente voltará a Nova York. A troca envolveria o ala-armador Jalen Rose, de quem a comissão técnica do Chicago esperava contribuição maior.

Rose até vem jogando bem e marcando pontos. Mas o tão falado espírito de liderança, perseguido desde a saída de Michael Jordan, parece estar mais presente no garoto Williams.

O calouro, excelente nas assistências, formaria uma dupla respeitável com Sprewell, que leva nítida vantagem sobre Rose em quesitos como habilidade, agressividade e poder de decisão.

O problema é controlar os nervos do bad-boy. Antes de criar problemas com os Knicks, ele já havia tentado estrangular o técnico P.J. Carlesimo quando jogava no Golden State Warriors. Bill Cartwright, que treina os Bulls, já deve ter ligado o alerta.

9.11.02



O TRISTE REFLEXO DO TEMPO




Bryant deixou claro que a idade já maltrata Jordan


O último quarto já entrava em sua metade final quando Rick Fox recebeu uma bola entre a linha dos três pontos e a cabeça do garrafão.

Para quem não conhece, Fox é um dos coadjuvantes de Shaquille O'Neal e Kobe Bryant no Los Angeles Lakers. Experiente, bom arremessador, sofre, no entanto, com a falta de mobilidade. É lento, pesado, pouco ágil.

Pois foi ele quem recebeu aquela bola, num momento crucial do jogo de sexta-feira, em Washington, quando os Lakers armavam uma reação espetacular para cima dos Wizards. Na frente dele, braços abertos, Michael Jordan aguardava.

Fox não se intimidou. Em vez de procurar um companheiro em melhor posição, encarou a marcação e partiu em direção à cesta. Lento, sem ginga, como sempre. Ainda assim, Jordan parecia grudado no chão e não teve fôlego para acompanhá-lo. Dois pontos fundamentais. E ridiculamente fáceis.

O que deveria ser apenas mais um lance da partida na verdade foi um doloroso recado dos novos tempos para o melhor jogador da história. A facilidade encontrada por Fox permite se ter uma idéia de quão injusto foi o embate entre Jordan e Bryant.

O mestre à beira da aposentadoria e seu mais provável sucessor duelaram na maior parte do jogo. Quase sempre, o jovem craque de Los Angeles levou vantagem, deixando claro que a explosão física, mais do que nunca, dá as cartas na NBA. A diferença só não foi mais gritante porque Jordan ainda guarda no bolso um potinho com a fórmula da genialidade (que Bryant ainda está desenvolvendo).

Nos anos que não voltam mais, foram inúmeras as ocasiões em que o Chicago Bulls precisou de seu camisa 23 para a jogada decisiva. Marcado por dois ou três adversários, ele raramente decepcionava. Na sexta-feira, teve duas oportunidades (em lances livres, portanto sem marcação) para garantir a vitória do Washington. Falhou. Permitiu que, a partir de um lance que começou com Bryant, os Lakers virassem o jogo a dois segundos do fim.

E quem poderia imaginar que, faltando dois míseros segundos, com Jordan em quadra, a bola não iria para ele? Pois não foi. Jerry Stackhouse, cestinha da noite, corrigiu tudo e ganhou o jogo numa enterrada que teve como trilha sonora a campainha anunciando o cronômetro zerado.

Washington 100 x 99 Los Angeles. Se dependesse de Jordan, infelizmente, o resultado seria outro. A sobrevida de sua carreira, até o fim desta temporada, ainda vai nos brindar com lances geniais, podem apostar. Mas estejam certos também de que a relutância em se aposentar está trazendo à tona uma certeza cruel.

Michael Jordan é humano. E envelhece.


:::: BLOCO DE NOTAS ::::

Todo sábado, um passeio rápido pela liga




Nene começou bem, mas seu time...

LUGAR ERRADO - Fica a impressão de que o brasileiro Nene Hilario caiu no time errado. O sofrível Denver Nuggets ainda não tem Marcus Camby, contundido, mas mesmo com ele está condenado a penar nas últimas colocações. O pior é que o técnico Jeff Bzdelik, talvez para poupar seu calouro mais valioso, deixa Nene na reserva a maior parte do tempo. Quando entra, o brasileiro corresponde. Mostra boa presença no garrafão, marca pontos, pega rebotes. Tudo para, no fim, sair de quadra derrotado. Se estivesse no New York Knicks (time que o escolheu no draft), com Latrell Sprewell e Allan Houston, talvez a sorte fosse diferente.

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QUANTA DIFERENÇA - O Houston Rockets recebe o Golden State Warriors hoje à noite reverenciando o passado. No intervalo, homenagem para Hakeem Olajuwon: sua camisa 34 será aposentada no teto do ginásio. O pivô, que deu dois títulos ao time, jogou a última temporada em Toronto e decidiu encerrar este ano uma carreira repleta de vitórias. Em quadra, o garrafão do Houston estará entregue ao chinês Yao Ming, que começou o campeonato bem abaixo da expectativa. Em quatro partidas, terminou duas sem marcar um pontinho sequer. Uma vergonha para quem chegou anunciado como gigante salvador.

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BRUXA SOLTA - Neste equilibrado começo de temporada, poucos times foram poupados da maldição das contusões. Para se ter noção do drama, basta dar uma olhada na lista dos que ainda nem estrearam: Shaquille O'Neal (Lakers), Mike Bibby (Kings), Latrell Sprewell (Knicks), Reggie Miller (Pacers), Lamar Odom (Clippers), Marcus Camby (Nuggets). Sem contar os que começaram o ano envolvidos com lesões (Allen Iverson, Andre Miller e Elton Brand), os que foram para o estaleiro após os primeiros jogos (Vince Carter e Raef LaFrentz) e os que estão vetados para a temporada inteira (Antonio McDyess e Alonzo Mourning).

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TIME NOVO - Restaram apenas dois candidatos na briga pela concessão da equipe que vai levar o basquete de volta à cidade de Charlotte, em 2004. Bob Sturges, sócio minoritário do Miami Heat, decidiu tirar o time de campo e facilitou as coisas para o grupo comandado por Larry Bird, que lidera a corrida. O favorito Bird concorre com Robert Johnson, fundador da Black Entertainment Television. Até o ano passado, Charlotte abrigava os Hornets, que se mudaram para New Orleans.

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E$TÍMULO - Com dinheiro no bolso, fica mais fácil. O ala-armador Ron Artest, que começou no Chicago Bulls e foi trocado com o Indiana Pacers, sempre foi um jogador mediano. No meio da semana, a diretoria do Indiana prorrogou seu contrato e se dispôs a pagar US$ 42 milhões em seis anos. O reflexo foi imediato. Na sexta-feira, jogando em casa, Artest teve uma das melhores atuações de sua carreira, comandando a equipe com 27 pontos na vitória contra o New York Knicks.

7.11.02



O ÚLTIMO INVICTO



Nowitzki lidera o melhor elenco da liga

Na duas primeiras semanas da temporada, quase nada foi comentado sobre o Dallas Mavericks. O noticiário voltou os olhos para outros assuntos: o chinês Yao Ming, o entrosamento do New Jersey, a ausência de Shaquille O'Neal, Michael Jordan na reserva, Glenn Robinson no Atlanta. Enfim, falou-se de muita coisa enquanto o Dallas corria por fora. Hoje, é o único time invicto na liga.

É bem verdade que os quatro primeiros adversários (Memphis, Phoenix, Golden State e Toronto) não chegam a assustar. Mas é evidente que os Mavericks atingiram um nível impressionante de competência, apresentando (talvez ao lado do Sacramento Kings) o basquete mais bem jogado da NBA.

Dirk Nowitzki, Michael Finley e Steve Nash garantem talento de sobra na linha de frente, respaldados por um excelente conjunto que inclui nomes como Shawn Bradley, Raef LaFrentz, Tariq Abdul-Wahad, Walt Williams, Eduardo Najera, Adrian Griffin, Avery Johnson e Nick Van Exel. É certamente o melhor elenco em atividade. Resta converter essa qualidade em força na hora de encarar os playoffs.

5.11.02



QUESTÃO DE TEMPO




Giricek é um dos garotos do Memphis

Se há um time que pode encher a boca para pronunciar a palavra "futuro", é o Memphis Grizzlies.

É arriscado bancar tal afirmação a respeito de uma equipe que, até agora, perdeu os uatro jogos que disputou. Mas basta dar uma olhada mais de perto para perceber que, mantendo a base, dias melhores virão. E não devem tardar. As partidas contra Dallas e San Antonio (esta última perdida numa prorrogação emocionante) serviram para deixar os torcedores otimistas.

Para começo de conversa, o Memphis é o único time que tem dois calouros de alto nível. Drew Gooden vem sendo considerado por muitos o melhor novato deste início de temporada. Mantendo a média de 14 pontos e cinco rebotes por jogo, o armador tem dado uma ajuda considerável à equipe. O iugoslavo Gordan Giricek, por sua vez, estreou marcando 29 pontos, caiu um pouco de produção, mas continua sendo perigoso.

Aos dois garotos somam-se o espanhol Pau Gasol (melhor calouro do ano passado) e os habilidosos Jason Williams e Michael Dickerson. Shane Battier e Lorenzen Wright garantem uma boa briga no garrafão, e Wesley Person (único velhinho do elenco) dá o toque indispensável de experiência.

É claro que, inflado de adolescentes, os Grizzlies vão custar para chegar longe. E, se pensarmos bem, veremos que as quatro derrotas foram para medalhões da liga (Dallas, Detroit, Sacramento e San Antonio). Os próximos dois confrontos são fora de casa contra Portland e (de novo) Sacramento. Com uma tabela injusta dessas pela frente, realmente, não há quem resista. Melhor dar tempo ao tempo.